Factores de risco

Doença coronária

Atualizado: 
28/06/2019 - 16:55
A doença coronária é uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos, sendo uma típica "doença da civilização" que todos os anos mata milhares de pessoas.
Electrocardiograma a ilustrar os fatores de risco da doença coronária

Calcula-se que a doença coronária é responsável, em média, por 1/3 do total de mortes entre a população dos países industrializados. É uma verdadeira "epidemia" moderna, embora não seja como as antigas pragas de origem infecciosa, visto que é favorecida por uma série de hábitos e costumes próprios desta época como, por exemplo, a alimentação desequilibrada, a obesidade, o tabagismo, o sedentarismo, o stress...

Quer isto dizer que alguns dos factores de risco associados à doença são modificáveis e dependem única e exclusivamente do comportamento de cada indivíduo no que toca à sua saúde.

A doença coronária consiste na insuficiência das artérias coronárias, os vasos sanguíneos encarregues de irrigar o coração, de proporcionarem ao músculo cardíaco, o miocárdio, os nutrientes e o oxigénio de que este necessita para manter a sua constante actividade.

O depósito de gorduras e de outras substâncias na parede das artérias coronárias leva à formação de placas que estreitam a entrada dos vasos, impedindo a normal circulação sanguínea no seu interior e a correcta irrigação dos tecidos do coração. Trata-se de um processo lento e progressivo, que passa despercebido durante muitos anos, mas que ao atingir um determinado ponto provoca o défice de irrigação do miocárdio, com manifestações típicas e, muitas vezes, com consequências terríveis.

Assim, a doença coronária pode manifestar-se por uma dor torácica passageira, denominada de angina de peito, que resulta de um défice transitório na irrigação do miocárdio, ou por uma situação mais grave, o enfarte do miocárdio, em que o défice de irrigação é mais prolongado, resultando daí a necrose ou morte de células musculares cardíacas da região afectada. Por vezes, as lesões provocadas são de tal maneira graves que delas resulta a morte súbita, a terceira forma mais comum de aparecimento da doença coronária.

Hoje em dia, existem muitos meios disponíveis para tratar e prevenir as nefastas consequências desta grave doença, mas considera-se que a principal arma para a combater é a informação. Ou seja, saber em que consiste, porque se produz, como se manifesta, quando se deve solicitar ajuda médica, de que modo se diagnostica, qual o seu tratamento e, como é óbvio, o que se pode fazer para a evitar.

Factores de risco

Hipertensão arterial

Considera-se hipertensão arterial à pressão arterial acima de 140x90 mmHg (milímetros de mercúrio) em adultos com mais de 18 anos. A medição deve ser feita após repouso de quinze minutos e confirmada em três vezes consecutivas e em várias visitas médicas.

Elevações ocasionais da pressão podem ocorrer com exercícios físicos, nervosismo, preocupações, drogas, alimentos, fumo, álcool e café.

O coração é uma bomba eficiente que bate de 60 a 80 vezes por minuto durante toda a nossa vida e impulsiona de 5 a 6 litros de sangue por minuto para todo o corpo.

Pressão arterial é a força com a qual o coração bombeia o sangue através dos vasos. É determinada pelo volume de sangue que sai do coração e a resistência que ele encontra para circular no corpo.

Ela pode ser modificada pela variação do volume de sangue ou viscosidade (espessura) do sangue, da frequência cardíaca (batimentos cardíacos por minuto) e da elasticidade dos vasos. Os estímulos hormonais e nervosos que regulam a resistência sanguínea sofrem a influência pessoal e ambiental.

Colesterol

O colesterol é uma gordura essencial existente no nosso organismo, que tem duas origens: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular o fígado, e outra parte obtida através da alimentação, em particular pela ingestão de produtos animais, como a carne, os ovos, e os produtos lácteos.

O organismo necessita de algum colesterol para produzir as membranas (paredes) celulares, hormonas, vitamina D e ácidos biliares, que ajudam a digerir os alimentos.

No entanto, o corpo precisa apenas de uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades. Quando o colesterol está em excesso, deposita-se nas paredes arteriais, constituindo as chamadas placas ateroscleróticas que reduzem o calibre dos vasos, dificultando o afluxo de sangue aos órgãos e tecidos do organismo.

Quando o sangue oxigenado não chega em quantidade suficiente ao músculo cardíaco pode ocorrer uma dor no peito, a chamada angina, já referida, e se a obstrução da artéria coronária for completa pode desencadear-se um enfarte do miocárdio, com a morte de parte do miocárdio.

Do colesterol que circula no sangue e que está ligado a uma proteína (a este conjunto colesterol-proteína é conhecido por lipoproteína) existem três tipos: as lipoproteínas altas, baixas ou muito baixas, em função da respectiva proporção de proteína e gordura de cada uma e que determina a sua densidade.

Assim, as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são vulgarmente conhecidas como "mau"colesterol, por ser aquele que se deposita na parede das artérias, provocando aterosclerose. Quanto mais altas forem as LDL no sangue, maior é o risco de doença cardiovascular; As lipoproteínas de alta densidade (HDL) também conhecidas por colesterol "bom", que tem como papel a limpeza das artérias, pelo que quanto mais altas forem menor risco há de surgir doença cardiovascular; Por fim, as lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) são semelhantes às LDL, mas contendo mais gordura e menos proteínas.

As sociedades científicas europeias recomendam como valores normais um colesterol inferior a 190 mg/dl, quando se trata da população em geral. No caso dos doentes com doença coronária, ou outra doença aterosclerótica (acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, etc.), diabetes ou insuficiência renal recomendam-se valores de colesterol inferiores a 175 mg/dl. Já para o colesterol das LDL os valores recomendados são respectivamente inferiores a 115 mg/dl para a população em geral e a 100 mg/dl nos doentes de alto risco.

Tabagismo, alimentação inadequada e sedentarismo

A falta de actividade física em conjunto com uma alimentação rica em gorduras e super calórica está associada ao desenvolvimento da doença coronária. Esta associação pode provocar um processo de regressão funcional, perda de flexibilidade articular além de comprometer o funcionamento de vários órgãos e provocar diabetes, hipertensão arterial, colesterol, todos factores de risco da doença coronária.

Assim, uma alimentação saudável, a prática de actividade física diariamente, o controlo do peso, bem como não fumar são a base indispensável para termos um coração saudável e uma vida longa e com qualidade.

A atitude mais sensata é sem dúvida a alteração do estilo de vida, tanto a nível alimentar como a nível comportamental.

Diabetes

A diabetes é uma doença crónica caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glucose) no sangue. À quantidade de glucose no sangue, chama-se glicemia. Ao aumento da glicemia, chama-se: hiperglicemia.

A diabetes é uma situação muito frequente na nossa sociedade e a sua frequência aumenta muito com a idade, atingindo os 2 sexos. Em Portugal, calcula-se que existam entre 400 a 500 mil pessoas com Diabetes.

A diabetes é uma doença que resulta de uma deficiente capacidade de utilização pelo nosso organismo da nossa principal fonte de energia – a glucose. Muitos dos alimentos que ingerimos são transformados em glucose no nosso aparelho digestivo. Ela resulta da digestão e transformação dos amidos e dos açúcares da nossa alimentação. Depois de absorvida, entra na circulação sanguínea e está disponível para as células a utilizarem.

Para que a glucose possa ser utilizada como fonte de energia, é necessária a insulina. A insulina é fundamental para a vida. A sua falta ou a insuficiência da sua acção leva a alterações muito importantes no aproveitamento dos açúcares, das gorduras e das proteínas que são a base de toda a nossa alimentação e constituem as fontes de energia do nosso organismo.

A diabetes desenvolve-se quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou as células dos músculos, fígado e de gordura não usam adequadamente a insulina. Como resultado, a quantidade de glicose no sangue aumenta, enquanto as células são privadas de energia.

Com o passar do tempo, os níveis altos de glicose no sangue danificam os nervos e vasos sanguíneos, levando a complicações como a doença coronária ou o acidente vascular cerebral. A diabetes não controlada leva a outros problemas de saúde como, perda da visão, insuficiência renal e amputações.

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Fonte: 
medipedia.pt
medicosdeportugal.saude.sapo.pt
APDP
Nota: 
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