Faculdade de Medicina

Estudo com crianças do Porto mostra que menos de metade usa protetor solar na praia

Um estudo desenvolvido pela Faculdade de Medicina do Porto mostra que, de duas mil crianças inquiridas em 12 escolas primárias públicas da cidade, apenas 37% usa protetor solar quando vai à praia e 15% quando está na escola.

Os resultados deste estudo, que engloba crianças dos sete aos 11 anos e que faz parte de uma investigação sobre os conhecimentos da população portuguesa relativamente à exposição solar, indicam que 64% dos participantes usa o chapéu para se proteger do sol.

"Apesar da falta de proteção em alguns cenários, e ainda que 85% das crianças tenha um conhecimento adequado sobre as medidas de proteção solar, mais de metade (64%) pensa erradamente que o protetor solar protege melhor do que a roupa ou a sombra", indica um comunicado sobre a investigação.

Da responsabilidade da estudante de doutoramento da Faculdade de Medicina do Porto (FMUP) Ana Filipa Duarte, também investigadora no Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), o projeto envolveu diferentes grupos que lidam com o sol em contextos específicos.

Outro dos estudos englobados na investigação, concebido com dados de mais de quatro mil questionários respondidos por veraneantes, durante quatro anos consecutivos, à entrada de uma praia algarvia, demonstra que mais de metade dos inquiridos chega à zona balnear nas horas menos recomendadas para exposição solar.

Dessa amostra, são as pessoas com idades compreendidas entre os 16 e 40 que mais desrespeitam o horário de segurança.

Questionando a mesma amostra sobre a utilização de solários, "concluiu-se que as pessoas que não têm os devidos cuidados em contexto balnear são, também, aquelas que mais recorrem a solários", indicou o comunicado.

Contudo, continua a nota informativa, embora em Portugal a utilização deste serviço "seja significativa - especialmente entre mulheres com idades jovens -, a procura está abaixo dos outros países europeus".

Os atletas, refere ainda o comunicado que praticam desporto ao ar livre "são outro dos grupos mais suscetíveis à exposição solar".

Através da análise dos dados de um inquérito realizado junto de 2.445 corredores ao ar livre, que participaram em maratonas organizadas no Porto, concluiu-se que 75% dos inquiridos tem um comportamento desadequado, cenário mais positivo entre pessoas que treinam mais de quatro horas por semana.

Outra das conclusões demonstra que, apesar de as mulheres serem mais cuidadosas do que os homens no que diz respeito à utilização do protetor solar, não têm tanto cuidado quanto aos horários recomendados para a exposição solar.

Esta linha de investigação tem em curso estudos adicionais, que permitem verificar a melhor forma de intervenção junto da população e melhorar a sua eficácia, direcionando as campanhas de prevenção.

No âmbito deste projeto estão ainda a ser investigados os dados epidemiológicos e os custos associados ao tratamento do cancro da pele em Portugal.

Esta investigação foi coordenada por Osvaldo Correia e Altamiro da Costa Pereira, docentes da FMUP e investigadores do CINTESIS.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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