Portugal é um país com o coração envelhecido
A propósito do Dia dos Avós, que se celebra a 26 de julho, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia deixa uma mensagem de apreço aos idosos portugueses e o desejo de que, num país envelhecido como Portugal, estas pessoas tenham acesso aos cuidados de saúde de que necessitam.
A Insuficiência Cardíaca é, pela sua elevada prevalência e acentuadas comorbilidades e taxa de mortalidade, atualmente considerada uma ameaça à saúde pública. Os fatores de risco geralmente associados a esta síndrome são antecedentes de doença coronária ou de enfarte do miocárdio, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes, tabagismo, obesidade, e… a idade.
Num país envelhecido como Portugal, esta doença pode alcançar níveis devastadores em poucos anos. Na verdade, de acordo com o recente estudo Insuficiência cardíaca em números: estimativas para o século XXI em Portugal, é expectável que, tendo como base os dados do ano de 2011, a prevalência da IC no nosso país aumente aproximadamente 30% até 2035 e 33% até 2060. Assim, crê-se que teremos cerca de 480 mil pessoas afetadas em 2035, chegando este número a atingir os 495 mil doentes em 2060.
Segundo o Relatório de 2017 do Instituto Nacional de Estatística, o envelhecimento populacional no nosso país só abrandará daqui a quatro décadas, altura em que seremos 7,5 milhões a habitar o território nacional. A faixa etária jovem será bastante afetada, sendo que, do atual milhão e meio, passará a representar somente 0,9 milhões. A situação oposta verifica-se no grupo etário acima dos 65 anos, que passará de 2,1 milhões hoje em dia para 2,8 milhões. Isto significa que, no ano de 2080 haverá 317 idosos, por cada 100 jovens!
Tendo em conta que Portugal está cada vez mais envelhecido e que as pessoas têm uma esperança média de vida cada vez maior, é importante frisar que a Insuficiência Cardíaca, para além do peso que representa na saúde dos que com ela vivem, figura um peso avultado no Orçamento Para a Saúde.
De acordo com o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Prof. João Morais, “combater o avanço das doenças cardiovasculares, nomeadamente da Insuficiência Cardíaca é uma prioridade nacional.” Para isso, diz ser “necessário atuar em conjunto com a Tutela e com a Sociedade Civil através de medidas de prevenção e de literacia na área da Saúde Cardiovascular.”