Aprovado reforço da intervenção na saúde global
"Temos uma posição privilegiada para ser, na área da saúde, uma ponte de cooperação entre a Europa e África. O nosso património histórico e o trabalho todos os dias no terreno com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) deve também servir para que eles possam beneficiar desse contributo, mas também para que a Europa possa beneficiar da própria experiência desses países", disse Adalberto Campos Fernandes.
Falando em Coimbra à margem do encontro regional da Cimeira Mundial de Saúde, o governante salientou que a resolução aprovada pretende "afirmar mais a posição de Portugal no mundo, como um país aberto, que trabalha no contexto da União Europeia".
Adalberto Campos Fernandes disse que Portugal trabalha também "na tecnologia de ponta e nas novas conquistas que a ciência e o conhecimento trazem", num mundo em que "os limites não se esgotam na União Europeia".
"Trabalhamos muito em conjunto com os PALOP e percebemos que hoje a saúde é um problema que ultrapassa as fronteiras, que tem uma dimensão multicontinental que tem implicações não apenas nas questões de saúde individual, mas também da segurança, da economia e do desenvolvimento", frisou.
Segundo o ministro da Saúde, a resolução aprovada passa por "uma abordagem multinacional e multicultural, que considera a saúde como um pilar de transformação das sociedades e, nesse sentido, Portugal deve aproveitar esse património histórico que tem e, sobretudo, a riqueza da experiência com os países africanos".
Neste momento, adiantou, Portugal está a aprofundar com os PALOP "protocolos bilaterais e multilaterais em áreas que vão desde a telemedicina, telessaúde, hemodiálise, à luta contra as doenças transmissivas por vetor, às doenças de transmissão hídrica, também às doenças não transmissíveis".
O ministro Adalberto Campos Fernandes presidiu hoje à sessão de abertura do encontro regional da Cimeira Mundial da Saúde, que decorre até sexta-feira em Coimbra, no Convento São Francisco, reunindo cerca de 700 peritos mundiais de saúde para discutir a saúde global dos países africanos.
O encontro é organizado pelo consórcio Universidade de Coimbra (UC)/Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que integra a Aliança-M8 [G-8 da saúde].
Nestes dois dias, a cimeira vai acolher mais de 20 sessões de trabalho e quatro sessões plenárias relacionadas com a gestão de doenças infecciosas e a governação para a equidade na saúde nos países de baixo e médio rendimento, as oportunidades e desafios na transição da inovação para os cuidados de saúde e a educação biomédica num mundo em mudança, em que participam 120 oradores de mais de 40 países.
A cimeira vai contar com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sexta-feira, na sessão de encerramento.
Portugal está representado desde outubro de 2015 na Aliança M8, considerada o G-8 da saúde, pelo consórcio CHUC e Universidade de Coimbra, sendo uma das cinco academias da União Europeia com presença neste organismo.
A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global. Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.