A Artrite Reumatóide não é uma doença exclusivamente articular
Esta patologia ocorre com maior frequência nos adultos entre os 30 e os 50 anos de idade, é mais frequente no sexo feminino – cerca de duas a três mulheres para cada homem – surgindo, frequentemente após a menopausa. Estima-se que 15% dos casos se manifestem depois dos 65 anos.
Trata-se de uma desregulação do sistema imunitário, mas não se sabe se esta disfunção é causa ou consequência da doença.
Factores de risco conhecidos ou suspeitados como o tabagismo, alguns agentes infecciosos, factores genéticos e traumatismos psíquicos ou físicos graves, e até a poluição atmosférica foi associada ao aumento de risco da AR. O pós parto está também associado ao inicio da AR.
Pelo contrário a gravidez, a amamentação e provavelmente o uso moderado de álcool e os anticonceptivos reduzirão os riscos.
O facto de se tratar de uma doença crónica não deve, de forma alguma, levar o doente a descurar o tratamento, isto porque quando convenientemente tratada, permite proporcionar ao doente qualidade de vida e a manutenção de uma actividade regular, até porque a doença se pode extinguir espontaneamente ou entrar em remissão com a utilização da terapêutica.
Quando descurada, pode atirar o doente para uma cadeira de rodas.
Sintomas
A Artrite Reumatóide pode apresentar-se no início de várias formas, mas o principal sintoma é a dor. Outros sintomas iniciais caracterizam-se por falta de apetite, fadiga, emagrecimento, febre e anemia. Com o evoluir da doença, as articulações apresentam-se inchadas, quentes, dolorosas e rígidas.
A Artrite Reumatóide não é uma doença exclusivamente articular. Outros órgãos podem ser atingidos, por exemplo o coração, os pulmões, os olhos, a pele, o sistema nervoso, etc.
Embora na maioria dos casos a Artrite Reumatóide evolua por surtos, alternando períodos de agudização com períodos de remissão pode manifestar-se de várias formas. A doença pode afectar inicialmente uma articulação e depois avançar para outras articulações, com carácter migratório, aparecer inesperada e repentinamente, afectando várias articulações ao mesmo tempo ou ainda progredir afectando cada vez maior nº de articulações.
A AR não tem cura, mas tem tratamento. Quando o diagnóstico é feito precocemente, o doente com AR pode ter uma boa qualidade de vida.
Importa saber que hoje se consegue o desaparecimento dos sintomas em 90% dos doentes em 75% a remissão da doença!
Tratamento
O principal objectivo do tratamento da Artrite Reumatóide é aliviar as dores, reduzir e, se possível, suprimir o processo inflamatório e imunológico prevenindo as deformações articulares.
Para esse efeito é frequente dividir o tratamento em medicamentos sintomáticos e modificadores da doença.
Os primeiros são fundamentalmente os anti-inflamatórios que todos os doentes com AR fazem pelo menos em algum momento da sua doença, os corticóides (vulgarmente designados por cortisona) que quase metade destes doentes fazem, os analgésicos e mais raramente os opióides.
Os medicamentos modificadores da doença são aqueles cuja acção não é imediata mas que induzem REMISSÃO.
Apoio Medico Social
A ANDAR Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide, foi fundada a 5 de Abril de 1995. Tem como objectivo principal a divulgação, defesa dos interesses dos doentes com artrite reumatóide, visando a sua qualidade de vida e a integração social, familiar e laboral, mediante a difusão de conhecimentos e de medidas de prevenção no combate àquela doença.
Tem contribuído para o conhecimento generalizado da doença para a população em geral, através do boletim informativo, das jornadas anuais, dos folhetos e brochuras de divulgação da artrite.
Editaram 1 livro com 10 temas sobre a AR falados por doentes, médicos e entrevistados por figuras públicas.
- e aos fármacos modificadores da doença. O apoio médico-social, no encaminhamento para as consultas da especialidade.
- Reuniões com grupos de auto ajuda, que se realizam todos os meses na sede da Associação.
- Informação sobre a doença com brochuras explicativas.
- As nossas jornadas anuais, vão ter lugar no dia 5 de abril em Lisboa. Aí vão ter temas como a “Inovação mediada pelo Doente” a “Osteoporose como complicação da AR” “Como pode o doente gerir a sua doença” O papel dos “exames” , da ecografia e da Ajudas Técnicas entre outros.
- Apoio e intervenção para vencer as dificuldades nas barreiras arquitectónicas e nas acessibilidades como recentemente com a CP, o Metro e a CML.
- Defesa intransigente de uma discriminação positiva para estes doentes no acesso a consultas de reumatologia, a uma rápida referenciação e a um diagnóstico precoce.
- Acesso aos medicamentos inovadores
- Apresentação de medidas com redução de custos para o SNS como as que recentemente apresentámos ao Infarmed e ao Ministro da Saúde.