Técnicos de farmácia estão aptos a realizar novos testes nas farmácias
Há mais de uma semana foi publicado em Diário da República um despacho que vem permitir realizar testes de rastreio ao VIH e às hepatites B e C nas farmácias.
O presidente da Associação de Licenciados em Farmácia, João Joaquim, lembra que os técnicos de farmácia “são formados em instituições de Ensino Superior, numa licenciatura de quatro anos” e que conhecem o seu nível de responsabilidade civil e profissional, bem como o respeito pelo sigilo e confidencialidade.
João Joaquim entende que os técnicos estão preparados para a realização dos novos testes nas farmácias, embora reconheça que é necessária formação adicional, quer para técnicos quer para farmacêuticos.
A associação contesta declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, que pediu que fossem os farmacêuticos e não os técnicos de farmácia a realizar estes testes.
Em declarações, quando foi publicado o despacho, Miguel Guimarães apelou para que seja salvaguardada a confidencialidade dos utentes e dos resultados e pediu que fossem os farmacêuticos, e não os técnicos de farmácia, a realizar estes testes.
Em resposta, a Associação Portuguesa de Licenciados em Farmácia escreveu uma carta aberta ao bastonário da Ordem dos Médicos, considerando que “um bastonário não deve opinar sobre outras profissões de forma leviana e superficial e muito menos mostrar o desconhecimento patente na afirmação”.
Segundo estes profissionais, a associação profissional tem aprovada uma carta ética e um código deontológico que orientam a prática profissional.
A Associação julga que o bastonário dos Médicos se equivocou e “estará certamente a referir-se aos antigos ajudantes técnicos de farmácia”.
“Como certamente não desconhecerá, esta é uma profissão regulada e com igual dignidade e autonomia técnica de exercício profissional dos demais grupos profissionais da saúde”, refere a carta aberta dirigida ao bastonário dos Médicos.