Álcool faz mais estragos no cérebro do que a marijuana
"Enquanto a marijuana pode ter alguns efeitos negativos, definitivamente estão muito longe das consequências negativas do álcool", diz um dos autores do estudo, Kent Hutchison, citado pelo jornal Medical News Today.
Kent Hutchison e Rachel Thayer, da Universidade de Colorado-Boulder, concluíram num estudo baseado em 850 adultos e 430 adolescentes que o consumo de álcool leva à destruição de neurónios e à diminuição das massas cinzenta e branca do cérebro nos adultos e à diminuição de massa cinzenta em jovens.
A massa cinzenta controla as funções do cérebro e a branca controla a comunicação entre os nervos e o cérebro, escreve o Sapo.
No entanto, segundo o mesmo estudo, o consumo de marijuana, aparentemente não provoca alterações na estrutura do cérebro a longo prazo nem em adultos nem em jovens.
Por que motivo se deve aprovar a canábis?
A propósito de debate nacional em curso sobre a legalização da canábis terapêutica, o oncologista Jorge Espírito Santo defende que estão comprovados os benefícios de derivados da canábis em várias situações clínicas.
“O debate é útil, mas tendo em conta as vantagens que já estão comprovadas, não há muito a debater”, frisa o médico.
“Penso que a sua utilidade (de canabinoides) é indiscutível e espero bem que, a partir de quinta-feira, os médicos e os doentes portugueses possam ter acesso a mais alternativas terapêuticas”, declarou o oncologista, que é um dos cerca de cem subscritores de uma carta aberta que defende a legalização da canábis com fins medicinais.
Nessa carta, os subscritores, entre eles o médico João Semedo, o primeiro presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed), José Aranda da Silva, e o médico e presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, recordam que muitos países já legalizaram a prescrição da cannabis, dando como exemplos o Canadá, a Dinamarca a Argentina e o México.