Lombalgia

Quem nunca teve uma dor na região lombar?

Atualizado: 
14/10/2020 - 16:46
Os distúrbios musculoesqueléticos, principalmente relacionados com a coluna vertebral são a principal razão do atendimento médico e fisioterapêutico. Estudos epidemiológicos apontam a prevalência das lombalgias na população em geral entre 50 % a 80 %. A ocorrência de dor lombar aguda é alta, entre 15% e 30% da população desenvolve essa condição, principalmente na idade adulta.
Homem com cortador de relva com dores nas costas

Estes distúrbios desencadeiam-se fundamentalmente devido aos maus hábitos posturais adotados no quotidiano, os quais provocam desequilíbrios musculares e perda de flexibilidade. Estas posturas predispõem o corpo humano a lesões musculares e a processos degenerativos, provavelmente originados pela tensão das forças aplicadas (Comerlato, 2007).

Cenin (2000) define lombalgia como “todas as condições de dor, com ou sem rigidez, localizadas na região inferior do dorso, entre o último arco costal e a prega glútea, geralmente acompanhada de limitação dolorosa do movimento”.

As lombalgias podem ter como fatores a obesidade, idade, sexo, sedentarismo, postura corporal incorreta, levantamento de peso excessivo e de forma desadequada, traumatismos na região lombar, doenças virais, articulares degenerativas, metástases tumorais, inflamações pélvicas, artrose, osteoporose, hérnias discais, entre outras. As incapacidades decorrentes da dor causam limitações em atividades simples como permanecer em pé ou sentado, andar, cuidados pessoais e atividade sexual (Araújo AGS et al, 2012).

Estudos epidemiológicos apontam a prevalência das lombalgias na população em geral entre 50 % a 80 %. A ocorrência de dor lombar aguda é alta, entre 15% e 30% da população desenvolve essa condição, principalmente na idade adulta (Araújo AGS et al, 2012; Furtado R., et al,2014).

No nosso serviço (Serviço de Fisioterapia do Hospital Lusíadas Porto), por dia, encontram-se cerca de 46% de pacientes em tratamento com patologias do foro vertebral, com ênfase nas lombalgias, com causas essencialmente posturais.

As dores lombares podem ser primárias ou secundárias, com ou sem envolvimento neurológico (lombociatalgias).Podem ser divididas em lombalgia aguda, subaguda ou crônica de acordo com a intensidade e manifestação das dores. A lombalgia aguda causa dores de início súbito por um período até quatro semanas, no caso da lombalgia crónica as dores podem durar mais de doze meses. O diagnóstico diferencial das lombalgias é muito amplo, devendo no entanto ser despistadas as possibilidades de comprometimento da articulação sacroilíaca e coxofemoral. O grupo principal de afeções está relacionado com as posturas e movimentos corporais inadequados e com condições de segurança e higiene no trabalho, atividades laborativas antiergonômicas, capazes de produzir patologias à coluna vertebral (Comerlato, 2007).

A dor nas costas é causa frequente de morbilidade e incapacidade, estando associada a um elevado impacto ao nível pessoal, profissional e socioeconômico, englobando consultas médicas, exames complementares, medicação, tratamentos, impedindo os pacientes de realizar a sua atividade laboral por incapacidade funcional (M. Jordá Llona et al; Araújo AGS et al, 2012).

Em fisioterapia, utiliza-se o método da avaliação postural para estudar o alinhamento corporal. Após a avaliação é criado o tratamento adequado para corrigir as alterações existentes, aproximando a postura do paciente à postura referencial (Paula Prado Viti, 2016).

O fisioterapeuta é um profissional de saúde, responsabilizado pela reabilitação física, atua ao nível da prevenção, orientação e tratamento das alterações posturais. Estes profissionais são conscientes das consequências das posturas inadequadas sobre a biomecânica do sistema músculo-esquelético, optando por programas de correção postural cada vez mais efetivos.

As intervenções fisioterapêuticas utilizadas nestes casos baseiam-se nos exercícios de correção postural, exercícios de flexibilização da coluna vertebral, alongamentos da cadeia posterior, fortalecimento dos abdominais (Core). Os programas de exercícios visam igualmente melhorar a força e as condições das estruturas de sustentação do corpo. A cinesioterapia ajuda na manutenção da postura da coluna vertebral, promove adaptações biomecânicas mais eficientes, atuando na prevenção e controlo da sintomatologia, proporcionando melhor qualidade de vida para o paciente.

Devemos prevenir agora para evitar desconforto mais tarde…

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Autor: 
Carla Pereira e Sofia Cardante - Fisioterapeutas Hospital Lusíadas Porto
Nota: 
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