Exame de sangue já consegue detetar cancro do pâncreas
"Ter um biomarcador para esta doença pode mudar radicalmente as perspetivas para estes pacientes", apontou o coautor do estudo Robert Vonderheide, diretor do Centro de Cancro Abramson da Universidade da Pensilvânia. "A deteção precoce dos tumores tem um impacto importante na redução da mortalidade de muitos tipos de cancro, incluindo os de cólon, mama e colo do útero", acrescentou.
"Infelizmente, as pessoas com cancro do pâncreas são frequentemente diagnosticadas tarde demais para serem operadas e tratadas de maneira eficaz", disse ainda o investigador.
Atualmente, segundo o Sapo, quatro em cada cinco pacientes morrem um ano depois do diagnóstico e só 5% continuam vivos cinco anos depois. Através de células estaminais de um paciente com cancro de pâncreas, os cientistas foram capazes de retroceder na progressão da doença. Ao fazer isso, encontraram dois biomarcadores associados às diferentes etapas da progressão deste tipo de tumor.
Um biomarcador conhecido como trombospondina-2 em combinação com outro biomarcador do sangue, o CA 19-9, presente nas etapas finais do cancro do pâncreas, "permitiram identificar de forma consistente e correta todas as etapas do tumor", disse o autor principal do estudo, Ken Zaret, diretor do Instituto Penn para a Medicina Regenerativa.
A combinação destes dois biomarcadores "identificou as primeiras etapas de desenvolvimento do tumor de forma mais eficaz do que qualquer outro método conhecido", acrescentou. A população alvo deste novo exame de sangue são as pessoas com antecedentes familiares de cancro do pâncreas, as que têm predisposição genética para a doença ou aquelas que desenvolveram diabetes depois dos 50 anos.