Há portugueses a comprar medicamentos falsos para o cancro e disfunção eréctil na internet
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Só em 2016 mais de 460 mil unidades de medicamentos foram retidas, devolvidas ou destruídas no âmbito de um protocolo entre o Infarmed e a Autoridade Tributária e Aduaneira.
Os analgésicos são a classe de medicamentos mais comprada, alerta a DECO. "Os Estados Unidos é de onde vem a maior parte dos medicamentos. No caso dos medicamentos para a disfunção erétil, escreve o Sapo, as encomendas vêm sobretudo da Índia ou de Singapura. Os principais remetentes dos medicamentos para emagrecer são o Brasil, a Índia e a China", explica a Associação de Defesa do Consumidor.
Segundo este organismo, comprar medicamentos pela internet em sites não autorizados pode ser perigoso, porque "podem ser falsos, ter a composição alterada (outra substância ativa ou em quantidade insuficiente), conter ingredientes tóxicos, estar fora do prazo ou ter sido transportados sem precauções o que pode afetar a qualidade". "Como consequência, é possível que não produzam o efeito pretendido ou causem efeitos secundários inesperado", explica.
A DECO faz parte do projeto Fakeshare, que consiste em identificar e denunciar as páginas de internet que vendem medicamentos ilegais ou falsos. A página www.fakeshare.eu/pt/ está aberta a qualquer cidadão para consulta e para denúncias.
Em 2008, foi aprovada uma nova diretiva europeia sobre medicamentos contrafeitos que endureceu as medidas contra o tráfico de fármacos, ao aprovar mais controlo e inspeção sobre os produtores de princípios ativos, assim como mais exigências aos distribuidores para um registo mais apertado das suas atividades.