A Verdade tem de ser transmitida aos doentes
Através das várias gerações Humanas muitos conceitos mudaram, porém a Verdade é apenas uma só e jamais mudará ao longo dos séculos, fazendo do Dever uma obrigação própria das pessoas livres, iguais e puras.
Jacques de Molay foi morto, como um santo, pela Verdade martirizado. Mas a palavra Verdade não desapareceu.
O Homem de bons costumes deve manter sempre como pilar da sua missão a força suficiente para obter a Vitória da Verdade no comando da sua vida.
Sem dúvida que a Verdade e a Justiça representam valores que a Humanidade tem de manter e defender para conseguir obter a permanente integridade que se exige numa sociedade de Direito.
Não há fracos, nem humildes, não há fortes nem vitoriosos que impeçam que o triunfo da Verdade impere sobre a mentira.
O poder que é transmitido ao Homem vincula-o a uma obrigação que por maiores que sejam os obstáculos, os sacrifício, as dificuldades, as barreiras politicas, religiosas, morais ou sociais não conseguiram abater a Moral e a Virtude que leva a enterrar os Vícios.
É através do caráter, da serenidade e do saber que o médico suportado pelo conhecimento da ciência, pela justiça e pela inflexibilidade cumprirá os seus deveres, agindo sempre com bondade e inteligência na transmissão da Verdade aos seus doentes.
O ideal profissional do médico terá de ser sempre verdadeiro, baseado no sigilo, na lei e no cumprimento das boas práticas cuja experiência e arte de bem fazer terá de respeitar sempre a intimidade e a personalidade da natureza humana.
É com base no sentimento profundo da Vida Humana, no verdadeiro lugar que o Homem ocupa no Universo, na suprema interiorização dos problemas mais sérios vivenciados pelos doentes que a nobre missão do médico se diferencia e o vincula a transmitir uma mensagem inesperada, cujo impacto negativo gerado no paciente não pode ser previamente avaliado, nem muito menos previsto, pelo que o profissional médico tem o dever de revelar o diagnóstico de uma doença grave de forma suave, com carinho, respeito e de forma entendível e perfeita.
Todas as justificações são possíveis e permitidas para minimizar o desgosto, a tristeza e o desejo de viver sem oprimir a esperança e sem gerar revolta, levando o paciente a aceitar e a resignar-se sem ficar desorientado abrindo-lhe uma porta que seja suficientemente clara e precisa, cujo princípio não é apenas o fim, mas a continuidade justificada de um limite para a nossa passagem efémera no mundo terrestre, cuja continuidade não acaba mas se transforma noutra vivência complementar em que a missão não termina, apenas muda.
O ato médico de transmissão da mensagem não pode ser impessoal, mas solidário cuja arte de bem compreender o doente e a doença o farão adaptar as exigências, às coisas e às circunstâncias de acordo com as necessidades do momento, fazendo a comunicação das suas decisões clínicas de forma a imprimir o cunho da proteção, da fraternidade, sem descurar a razão e a moral prestando um serviço precioso proclamado no respeito dos Direitos Humanos e nos Direitos do Doente que tem de ser esclarecido de forma precisa, livre e completa, cuja particularidade será baseada nos factos verdadeiros sem comprometer a devida recompensa em outro mundo para além deste.
Em suma, a Verdade é só uma, todavia a forma como a transmitimos deve ser feita com arte, com rigor, com positividade e sem falhas de ciência ou humanidade.