Luís Tomé assume a Presidência da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia
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Na tomada de posse, Luís Tomé fez votos para que no seu mandato a Gastroenterologia “continue forte e pujante com o propósito de facultar a melhor assistência possível a toda a comunidade”.
O novo presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) realçou o ceticismo com que encara o modo como se efetua o rastreio do carcinoma colorectal no nosso País no qual se utiliza um teste para pesquisa de sangue oculto das fezes cujas características não são conhecidas dos Gastroenterologistas. Indicou estranhar que a Direção-Geral da Saúde (DGS) “seja muito parca em comentários a respeito deste assunto”. Mais tarde afirmou que ainda é um dado assente que a pesquisa de sangue oculto perde um considerável número de adenomas do cólon, sendo estes adenomas os percursores dos tumores malignos colo rectais. Realçou também, que as consequências médico-legais desta insuficiência são imprevisíveis.
Luís Tomé manifestou preocupação com a impossibilidade de conseguir garantir assistência conveniente aos portadores de doenças inflamatórias crónicas do intestino. “O Ministério da Saúde já foi avisado de que não é possível continuar a atender esses doentes apenas nos Hospitais Públicos dado o número crescente de casos diagnosticados. O atendimento num ambiente privado encontra-se bloqueado pela dispensa hospitalar exclusiva de medicamentos indispensáveis ao tratamento desses doentes”, afirmou.
Manifestou ainda muita preocupação pelas “condições absurdas com que a ACSS deseja enquadrar a actividade dos gastroenterologistas, nomeadamente na sua vertente endoscópica. A ACSS pretende que os gabinetes de endoscopia sejam equiparados a salas de operações nas suas condições de ventilação e filtração. A ACCS mantém-se igualmente fiel a um fundamentalismo higiénico completamente despropositado”. Luís Tomé acentuou ainda, que “seria interessante saber o que pensam as autoridades da transplantação de fezes que se pratica cada vez com mais frequência nos Hospitais Portugueses”.