Ferramenta 'online'

Porto em projeto europeu que ajuda a verificar nanomateriais para produtos plásticos

Investigadores do Porto estão a participar num projeto europeu para desenvolver uma ferramenta 'online' onde os utilizadores podem verificar quais os nanomateriais mais adequados para criar produtos plásticos, tendo em conta a segurança dos trabalhadores e do meio ambiente.

"A nanotecnologia e a utilização de nanomateriais tem um maior impacto no setor dos plásticos, onde a sua utilização como aditivos em matrizes poliméricas (resinas) é generalizada, a fim de proporcionar novas propriedades" a esses produtos, disse a investigadora Natália Cordeiro, do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

Os nanomateriais, explicou a especialista, são materiais ou substâncias químicas cujas partículas têm um tamanho muito pequeno (abaixo dos 100 nanómetros, isto é, de 0,0000001 metros), utilizados em pilhas, revestimentos, vestuário antibacteriano (que inibe o crescimento de bactérias), cosméticos e produtos alimentares, por exemplo.

Ao aceder a esta plataforma, "de livre acesso e fácil utilização", e cuja informação estará disponível em português, espanhol, francês e inglês, o utilizador poderá escolher o setor industrial ao qual pertence ou que lhe interessa, bem como a propriedade que deseja melhorar ou conferir a um dado produto, por meio do uso de nanomateriais, explicou.

Nessa fase, "diferentes fatores podem influenciar tal escolha", como, por exemplo, "o preço, a disponibilidade no mercado e o nível de segurança do nanomaterial", dados que são facultados pela aplicação.

De acordo com a investigadora, todos esses aspetos constituem o ponto de partida para definir um conjunto de critérios de seleção específicos, quantificados pela aplicação, que atribui uma pontuação a cada nanomaterial considerado e sugere ao utilizador as melhores opções para o setor industrial e produto selecionado.

"Nos últimos anos os nanomateriais têm vindo a revolucionar todos os setores industriais", tendo o seu uso aumentando "imenso".

No entanto, segundo Natália Cordeiro, a informação que se tem sobre os mesmos "é muito superior à que se tem sobre os seus efeitos para a saúde humana ou ambiental".

Embora ofereçam "novas oportunidades técnicas e comerciais", podem "apresentar riscos para o ambiente e suscitar preocupações de saúde e segurança para os seres humanos e animais", acrescentou.

Ao longo do projeto será ainda desenvolvido um observatório de segurança, que permitirá ao utilizador pesquisar informação sobre as propriedades tóxicas dos nanomateriais que lhe interessem e que possam afetar os trabalhadores e o ambiente, em diferentes cenários de exposição.

Para além da FCUP, participam no projeto o 'International Iberian Nanotechnology Laboratory' (INL), de Portugal, o 'Instituto Tecnológico del Embalaje, Transporte y Logística' (ITENE), a 'ProtoQsar 2000 SL', a 'Universitat Rovira I Virgili' (URV) e o 'Instituto Valenciano de la seguridad y la salud en el trabajo' (INVASSAT), de Espanha, e o 'Centre National de la Recherche Scientifique' (CNRS-CEMES), de França.

Financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), o "NanoDesk - Ferramentas Web avançadas para a aplicação segura da nanotecnologia no setor dos plásticos", finaliza em agosto de 2019.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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