ONU só consegue ajudar 28% das pessoas em risco de fome em África
O diretor-executivo do Programa Alimentar Mundial (PAM), David Beasley, disse que só têm condições financeiras para auxiliar 8,4 milhões das pessoas que correm risco de fome naqueles quatro países, onde se assiste à “pior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial”, acrescentou.
Durante uma reunião em Roma, David Beasley pediu, por videoconferência, mais dinheiro, sublinhando que o PAM ainda só recebeu 20% dos 2.500 milhões de euros necessários para alimentar a população em risco e prevenir mortes por fome.
“A cada seis ou 10 minutos morre uma criança porque não estamos a cumprir o nosso trabalho nestes conflitos criados pelo homem (…) são precisos recursos”, alertou o diretor-executivo da agência humanitária.
Segundo o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, a fome já foi declarada em várias áreas do Sudão do Sul e o mesmo pode acontecer na Somália, na Nigéria e no Iémen “se nada for feito nas próximas semanas”.
Esta situação contrasta com o compromisso de erradicar a fome no mundo, demonstrado pelos países que assinaram a agenda para o desenvolvimento sustentável para 2030.
O chefe da FAO disse que, mesmo em contextos de violência, se pode fornecer às pessoas “comida e proteção, restaurando os seus meios de subsistência”, para evitar as migrações.
José Graziano da Silva deu o exemplo do ‘kit’ de sementes e fertilizantes que a organização está a vender por 10 dólares (nove euros) ao largo do Lago Chade, que permite às famílias cultivar o seu próprio alimento e vender o que não consomem, de forma a angariar dinheiro.