DGS recomenda afastamento temporário das escolas em caso de exposição de não vacinados
“Os delegados de saúde verificam a existência de contacto com um doente em fase de contágio e sugerem, quando indicada, a vacinação. Nestes casos, e perante a recusa da vacinação de qualquer membro da comunidade escolar, em situação de pós-exposição, aconselha-se a não frequência da instituição durante 21 dias após o contacto”, refere a orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS) publicada na página oficial do organismo.
Os diretores das escolas públicas já hoje tinham pedido que a DGS emitisse para os estabelecimentos de ensino uma circular para tranquilizar os ânimos relativamente às vacinas dos alunos, sobretudo por causa do sarampo, que provocou a morte de uma adolescente de 17 anos.
Na orientação, assinada pelo diretor-geral, Francisco George, recorda a elevada cobertura vacinal da população para o sarampo e que “por esta razão, e também pela imunidade de grupo, a probabilidade de propagação do vírus é muito reduzida, incluindo em meio escolar”.
Referindo que a imunidade de grupo protege toda a comunidade, incluindo “as poucas crianças que, por circunstâncias específicas, não estão vacinadas”, a orientação às escolas sublinha, ainda assim, que é “importante que todas as crianças sejam vacinadas, para benefício próprio e da população em geral”.
“Como é habitual, no ato de matrícula e sua renovação deve ser verificado se a vacinação recomendada está em dia; se não estiver, os pais devem ser aconselhados a ir ao centro de saúde para atualização das vacinas”, lê-se no documento da DGS.
Apesar de recomendar um afastamento temporário nas escolas, no caso de recusa de vacinação pós-exposição ao vírus, a DGS insiste que “não há razões para temer uma epidemia de grande magnitude, uma vez que a larga maioria das pessoas está protegida”.
A DGS já tinha anunciado a criação de um endereço de correio eletrónico através do qual as escolas podem esclarecer dúvidas relativamente aos casos de sarampo: [email protected]
Doze dos 21 casos de sarampo confirmados em Portugal no atual surto epidémico são de pessoas sem vacina contra a doença, entre os quais dois profissionais de saúde que não estavam vacinados, informou a DGS.
De acordo com um comunicado com a atualização dos números do sarampo foram notificados “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação” e “nos restantes 10 casos foi já excluído o diagnóstico de sarampo”.
Em relação aos casos confirmados, a maioria (57%) dos casos não apresentam registo de vacinação (12 casos).
Nove dos casos são profissionais de saúde, entre estes dois sem registo de vacinação.
A maioria dos casos ocorreu em adultos com idade superior a 20 anos (13 casos), quatro em crianças com idade inferior a um ano e três casos no grupo etário entre um e quatro anos.
Dos 21 casos confirmados, 13 ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, sete na região do Algarve e um caso na região norte.