Região Centro supera taxas médias do país na maioria dos indicadores de saúde
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“Em quase todos os indicadores, temos taxas melhores que a média do continente” do país, disse João Pedro Pimentel, do Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, adiantando exemplos como os da mortalidade prematura por cancro, as doenças cérebro-cardiovasculares e rastreios.
A região Centro é, “historicamente, pioneira no rastreio do cancro da mama e do colo do útero e, agora, do cólon e reto e da retinoterapia diabética”, salienta João Pedro Pimentel, que falava aos jornalistas, à margem da sessão, que está a decorrer no auditório do Hospital Pediátrico de Coimbra.
Mas há alguns setores em relação aos quais esta zona não atinge uma performance tão satisfatória, registando valores ligeiramente piores que a média do país, como acontece com as doenças crónicas do fígado.
Mas mesmo nas áreas que observam os melhores indicadores, “é preciso consolidar” as suas prestações, sustenta João Pedro Pimentel, destacando que “há ainda muito por fazer”.
À semelhança do que sucede na generalidade do país, “os grandes problemas” desta região relacionam-se com as doenças crónicas e, entre estas, sobretudo com as doenças neoplásicas, a diabetes e as doenças cardio-cerebro-vasculares, adverte o médico, referindo que doenças como a sida se tornaram crónicas.
“As doenças infecciosas, as doenças transmissíveis estão, pode dizer-se, controladas e a região Centro tem taxas de vacinação excelentes”, embora o fenómeno também se deva a circunstâncias como a o desenvolvimento económico e social e com os cuidados de saúde em geral.
Importa manter as taxas de cobertura de vacinação e os resultados alcançados em relação às doenças infecciosas e reforçar o combate às doenças crónicas, essencialmente através de medidas relacionadas com a alimentação (sobretudo através da redução do consumo de sal e a de açúcar), com o exercício físico e com o não consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, sintetiza João Pedro Pimentel.
“Devemos apostar tudo na prevenção [da doença] e na promoção [da saúde]” e cada vez mais junto dos mais jovens, designadamente através dos planos locais de saúde, que “institucionalizam e articulam” diferentes entidades.
Na região Centro, já “há muita articulação com câmaras municipais, com escolas, com serviços de segurança social e outras instituições, mas falta melhorar” essa cooperação em termos de planos locais de saúde, conclui.
O encontro regional ‘Melhorar a saúde na região Centro’ pretende “discutir, de forma intersetorial, estratégias promotoras de ganhos em saúde” nesta zona do país e destina-se a dirigentes e profissionais dos setores de saúde e social, autarquias locais e associações de utentes e de doentes, entre outras entidades.
A ARS do Centro abrange mais de 1,7 milhões de pessoas (cerca de 17% da população do país), distribuídas por 78 concelhos dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.