Grande meta para o ensino da saúde nas instituições politécnicas passa pelos laboratórios de simulação
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A Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Maria da Conceição Bento, defendeu, que “a grande meta para o ensino da saúde não podia ser outra senão a de dispormos, nas instituições de ensino politécnico da saúde, de laboratórios de simulação”, que incorporem “desde modelos de equipamento para treino de simples tarefas, como braços para administração de perfusões e medicação intravenosa, até simuladores de pessoa humana de alta-fidelidade, para a aprendizagem da tomada de decisão em cenários de elevada complexidade”.
A Presidente da ESEnfC, que intervinha no VI Fórum Politécnico, que teve por tema a “Simulação e Formação Interprofissional na Saúde”, e no qual esteve presente a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Fernanda Rollo, enumerou um conjunto de vantagens resultantes da aprendizagem por simulação, como o “aumento das oportunidades dadas aos estudantes para se familiarizarem com as competências clínicas antes de as consolidarem na prática clínica real”, o contacto com “experiências que farão parte da prática no mundo real dos cuidados de saúde”, ou a possibilidade de “o aluno pensar espontaneamente e de forma mais ativa do que passiva”.
Por outro lado, prosseguiu Maria da Conceição Bento, a simulação “fornece oportunidades aos estudantes de cometerem erros num cenário seguro”, transformando esses erros em “oportunidades de aprendizagem”, mas também “permite a demonstração dos conceitos fisiológicos de forma mais fácil do que lendo os manuais”, além de que “melhora a capacidade de visualizar as respostas fisiológicas às medicações e intervenções de Enfermagem”.
Apesar dos “benefícios evidentes”, a Presidente da ESEnfC notou que “a incorporação da simulação como estratégia na implementação dos currículos de Enfermagem tem custos associados à manutenção dos centros de simulação, o que pode constituir um grande desafio, dado tratar-se de um investimento muito elevado e para responder ao qual necessitamos de encontrar, eventualmente no quadro dos programas de financiamento europeu, os recursos necessários”.
A eventual criação de unidades móveis de simulação como forma de acesso de todas as escolas politécnicas de saúde ao ensino por simulação, ou a existência de redes e de parcerias que facilitem, igualmente, a formação contínua dos profissionais de saúde, foram algumas ideias partilhadas no VI Fórum Politécnico, realizado pela ESEnfC em articulação com a Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde (SPSim).
O Fórum Politécnico é uma iniciativa promovida pelo CCISP, em colaboração com o Programa de Modernização e Valorização dos Institutos Politécnicos, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.