Uma em cada três pessoas terá cancro em algum momento da vida
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O número de casos de cancro está a aumentar, não há margem para dúvidas. Deve-se, sobretudo, ao incremento da esperança média de vida da população, aos métodos de deteção precoce e aos hábitos de vida.
Apesar deste aumento, é importante frisar que um em cada três cancros é provocado por causas evitáveis. Os dados constam da conclusão do relatório "Cancro em Espanha 2016", da Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM), apresentado em Madrid na véspera do Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, que se realiza todos os anos a 4 de fevereiro.
Por dia, em Portugal, 70 pessoas morrem com tumores malignos, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). É o número mais elevado de sempre, escreve o Sapo.
Segundo dados do Eurostat, em Portugal, uma em cada quatro mortes em 2013 foram provocadas por cancro, proporção que chega a mais de duas em cada três (40%) nas pessoas com menos de 65 anos.
Em 2012 (últimos dados sistematizados disponíveis), 25.758 portugueses morreram de cancro. Os tumores malignos são a segunda causa de morte em Portugal - depois das doenças do aparelho circulatório (como o AVC) - e representam quase um quarto (24%) do total de óbitos registados no país. Há 20 anos, por exemplo, não chegavam a um quinto (19%).
Deixar de fumar, abandonar o álcool, fazer exercício físico e combater a obesidade continuam a ser as recomendações-chave para diminuir o risco de tumores malignos.
O envelhecimento da população é uma das principais explicações para o aumento da incidência do cancro. Os tumores malignos da laringe, traqueia, brônquios e pulmão são os que mais matam, com 4012 óbitos registados em 2012 (mais de dez por dia). O tabaco é a principal causa.
Todos os anos, cerca de 8 milhões de pessoas morrem de cancro em todo o mundo. Muitas destas mortes podem ser evitadas com maior apoio governamental e financiamento para programas de deteção, prevenção e tratamento. Estima-se que o número de casos de cancro e mortes relacionadas a nível mundial venha a duplicar nos próximos 20-40 anos, especialmente nos países em desenvolvimento, os menos equipados para lidar com o impacto social e económico da doença.