Hospital Pediátrico com módulos interativos de ciência para crianças internadas
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"Isto é que é modernidade: aproveitar a capacidade da ciência, trazê-la de encontro às crianças que estão internadas e privadas do seu convívio habitual para, neste contexto, poderem ter uma visão moderna da ciência", sublinhou o presidente do Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), José Martins Nunes.
O presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra disse ainda que os módulos interativos podem ajudar as crianças "a diminuírem o sofrimento e o dos pais, porque estar no hospital tem sempre uma certa carga" negativa.
Com este projeto, acrescentou, o "hospital deixa de ser apenas um local de doença, para poder a ser um espaço de conhecimento".
Martins Nunes frisou ainda que "poucos hospitais do mundo têm esta oportunidade" de proporcionar o contacto com a ciência às crianças e jovens internados, que no caso do Pediátrico de Coimbra rondam os 80, em média.
Para o diretor do Departamento Pediátrico, Jorge Saraiva, a capacidade de experimentar e aprender "sempre foi e será cada vez mais importante para a educação dos jovens", pelo que uma iniciativa deste género é bastante benéfica.
"Quando os jovens, por motivos de saúde, têm de permanecer no hospital, quanto mais próximo estiverem da sua vida diária menores serão os impactos no seu crescimento e desenvolvimento, pelo que esta é oportunidade de interagir e de continuar a desenvolver de uma maneira agradável os seus conhecimentos", salientou.
A iniciativa de colocar 12 módulos de ciência interativa no Hospital Pediátrico resulta do projeto 'A Ciência faz bem' do Exploratório - Ciência Viva Coimbra, que pretende levar a ciência a espaços diferentes, como uma unidade hospitalar.
Segundo o diretor do Exploratório, Paulo Trincão, trata-se de uma experiência inovadora, que não existe em mais nenhuma unidade hospitalar de Portugal, e que se baseia no conhecimento através da experimentação.
"Pretendemos que as crianças experimentem sem medo de falhar e se falharem que voltem a fazer outra vez, situação que às vezes não acontece nas escolas por falta de tempo", disse, salientando que o projeto pretende "criar o bem-estar possível numa situação de stress" das crianças.