Cuidados dentários

Para financiar cuidados de saúde dentários existem diversas opções

Atualizado: 
20/01/2017 - 16:15
Consoante o estudo Cuidados de Saúde Oral – Universalização, da Nova School of Business and Economics, Portugal é o segundo país da União Europeia com maiores necessidades na área da Medicina Dentária. Esta constatação afeta sobretudo famílias com menos rendimentos, o que faz com que o recurso a financiamento seja muitas vezes necessário para poderem cuidar do seu sorriso.

Uma saúde oral em bom estado é não apenas uma questão de autoestima, como de saúde pública. Dentro dos diversos ramos da Medicina Dentária - Ortodontia, Implantologia, Endodontia, Próteses, passando ainda pela Estética Dentária, Branqueamentos, Higiene e Radiologia Oral, entre outras -, a saúde dentária é uma área com lacunas no Serviço Nacional da Saúde (SNS). Garantir uma higiene oral cuidada acabará por se refletir muito no bem-estar individual.

Se ao nível dos cuidados de saúde gerais Portugal se encontra bem posicionado face ao resto da União Europeia (UE) (somente 5,1% dos portugueses com mais de 16 anos relata ter necessidades de saúde não satisfeitas, conforme o estudo supracitado), o mesmo não acontece com a saúde oral (neste campo o valor dispara para 18% quando a média europeia é de 7,9%).

“Atendendo a estes números e devido à falta de dentistas nos cuidados de saúde primários, o recurso ao setor privado não é uma escolha, mas sim uma necessidade. Geram-se então despesas avultadas a pagar, o que pode obrigar muitas famílias a abdicarem de bens de primeira necessidade. E o mais provável é que as de menores rendimentos fiquem mesmo excluídas destes tratamentos”, afirma Sérgio Pereira, diretor geral do ComparaJá.pt.

Desta forma, o recurso ao financiamento torna-se essencial, existindo cinco formas de o fazer. Desde logo, há que mencionar o célebre cheque-dentista, criado pelo Ministério da Saúde ao abrigo do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral (PNPSO).

Este consiste na atribuição de cuidados dentários - que podem ser prestados em qualquer consultório ou clínica aderente - a mulheres grávidas que sejam seguidas no SNS, beneficiários do complemento solidário para idosos utentes do SNS e crianças e jovens com idade inferior a 16 anos.

A partir de março de 2016, esta modalidade passou a abranger igualmente os jovens de 18 anos, crianças com necessidades especiais e utentes portadores de VIH.

Cada cheque vale 35€, sendo que o número de atribuições por ano é definido pelo Ministério da Saúde consoante a situação dos utentes (os grupos de alto risco podem receber dois cheques-diagnóstico anuais, por exemplo). O processo é sempre iniciado pelo médico de família.

Ainda assim, esta possibilidade não abrange toda a população e para despesas mais elevadas, o próprio dentista apresenta soluções. Supondo um caso de uma família em que a mãe teve de colocar quatro implantes, o filho mais velho realizou tratamentos a cáries e o pai teve de fazer uma extração de um dente do siso incluso -, esta precisou de pagar, de uma só vez, cuidados dentários num total de 2.500€.

Não tendo acesso ao cheque-dentista e tratando-se de um gasto elevado a ser realizado de uma só vez, esta família recorreu diretamente ao seu dentista e obteve informações para financiamento junto do mesmo. É sempre útil sondar primeiro as condições do crédito através do consultório para depois compará-las com outras alternativas no mercado.

Existem empréstimos destinados a despesas de saúde de emergência (e cujas taxas de juro e condições costumam ser apelativas), mas estes geralmente apenas financiam acima dos 5.000€. Para custos abaixo deste montante, existe ainda a opção de crédito pessoal sem finalidade.

No âmbito dessa solução, supondo um empréstimo de 2.500€ para 24 meses com uma TAEG de 14,2%, o montante total imputado (ou seja, o custo final do crédito, que engloba todos os juros e encargos com o empréstimo mediante a Taxa Anual Efetiva Global) pode chegar aos 2.800€, numa prestação mensal a rondar os 127€. Todavia, estes valores são meramente indicativos e variam de banco para banco, sendo crucial solicitar diversas simulações e compará-las.

Porém, para gastos mais reduzidos pode fazer sentido recorrer ao cartão de crédito para financiar estas despesas, tendo sempre em consideração que a TAEG poderá ser mais elevada. Se, através do exemplo acima apresentado, a família em questão pagasse os 2.500€ através do cartão, acabaria certamente por gastar, pelo menos, 200€ a mais do que se financiasse os cuidados dentários com um crédito pessoal sem finalidade.

Comparando ambas as soluções (crédito pessoal e cartão), na realidade só compensaria esta última opção se os gastos da família no dentista fossem separados temporalmente, até porque haveria sempre a possibilidade de conseguirem pagar dentro do prazo em que não são cobrados juros. Para valores mais elevados, o montante total do crédito fica mais caro com o cartão do que com um empréstimo.

Ainda no âmbito das opções de financiamento importa referir, por último, os seguros de saúde dentária, que geralmente incluem acesso a uma rede de dentistas com a possibilidade de realização de check-ups orais e tratamentos a um preço mais reduzido do que é cobrado normalmente.

“Em Portugal, os cuidados ao nível da Medicina Dentária são sobretudo prestados pelo setor privado, o que faz com que os custos sejam muito superiores relativamente aos tratamentos através do SNS. Este óbice financeiro acaba por ter de ser colmatado com recurso ao financiamento bancário”, sublinha Sérgio Pereira, acrescentando que “Enquanto não houver uma reposta pública que permita satisfazer todas as necessidades na saúde oral, é essencial que os portugueses escolham as soluções financeiras mais adequadas à sua situação específica”. 

O responsável do ComparaJá.pt adverte ainda para o facto de ser “primordial que se comparem os diversos produtos existentes – seja o crédito pessoal sem finalidade, o crédito direcionado para despesas de saúde (mais usado nos casos em que os custos são elevadíssimos – como os de cirurgias de urgência que ascendem aos 10.000€, por exemplo) ou o cartão de crédito para gastos faseados – e que se façam escolhas que ajudem os consumidores a cuidarem da sua saúde oral sem arruinarem as suas finanças pessoais”.

“E nada como consultar o próprio dentista para abordar até a hipótese de solicitar um pagamento faseado dos tratamentos ou até um desconto”, conclui o responsável do portal gratuito de comparação de produtos financeiros. 

Fonte: 
ComparaJá.pt
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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