Exército estuda ligação dos sistemas de informação clínica entre ramo, hospital e SNS
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A interligação dos sistemas é uma das propostas que está a ser analisada pelo chefe do Estado-Maior do Exército, na sequência da avaliação do sistema de informação clínica relativa ao curso de Comandos, determinada por Rovisco Duarte, no passado dia 15 de dezembro.
Contactado, o porta-voz do ramo disse que aquela avaliação foi concluída, sendo uma das propostas principais a unificação ou interligação dos sistemas de informação clínica do Exército aos dois polos do Hospital das Forças Armadas (HFAR), (Lisboa e Porto) e ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os centros de saúde do Exército - centro de Santa Margarida na vertente operacional e centro de Coimbra na avaliação da situação clínica para efeitos da admissão nos cursos de Comandos e outros - não têm acesso à informação clínica registada no HFAR ou nos centros de saúde do SNS.
Isto permite situações em que os candidatos aos cursos omitam informação clínica relevante para não serem excluídos, admitiu Vicente Pereira, porta-voz do Exército.
No final de novembro passado, a Renascença noticiou que cinco dos instruendos afastados do 127ª curso de Comandos por razões médicas apresentavam "doenças graves" - um dos quais um cancro ósseo na zona da bacia - que já tinham sido detetados durante exames feitos anteriormente no HFAR.
A interligação dos sistemas de informação clínica em rede inviabilizaria que os candidatos omitam dados clínicos relevantes nas consultas médicas de admissão aos cursos, admitiu Vicente Pereira.
Questionado sobre a reavaliação das provas de classificação e seleção para as tropas especiais, também determinada na sequência da Inspeção Técnica Extraordinária ao curso de Comandos, Vicente Pereira disse que ainda decorre.
Neste âmbito, estão a ser avaliadas as provas físicas, psicotécnicas e também médicas, incluindo análises clínicas, prova de esforço e outros exames, que são exigidas aos candidatos às forças especiais.
Os próximos cursos de Comandos mantêm-se cancelados até à conclusão das tarefas determinadas em dezembro pelo general Rovisco Duarte.
Dois militares morreram no treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, no dia 04 de setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.
Na sequência da morte dos dois formandos, foi ordenada uma inspeção técnica extraordinária ao curso de comandos, que decorreu entre setembro e novembro, cujo relatório foi concluído a 05 de dezembro.