Centros de saúde receberam 20% das urgências
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De acordo com os dados da monitorização das urgências, disponíveis no Portal do SNS, nas primeiras duas semanas do ano as urgências básicas, que funcionam 24 horas por dia e 365 dias por ano, registaram cerca de 53 mil urgências. Para muitos utentes esta é a opção disponível mais perto da zona de residência. Para outros, como os casos de Algueirão-Mem Martins ou Montijo, uma alternativa às urgências dos hospitais (que oferecem mais especialidades e dividem-se em polivalente ou médico-cirúrgica). Quanto aos meses de dezembro e novembro de 2016, escreve o Diário de Notícias, as urgências básicas registaram 108 mil episódios e 85 mil, respetivamente: 20% e 17,5% do total de episódios de urgências registados em cada um dos meses.
No último mês foram vários os centros de saúde do país que alargaram os horários, durante a semana e fins de semana, procurando ser uma alternativa aos hospitais. Os apelos do Ministério da Saúde têm sido sucessivos para que as pessoas liguem primeiro para a Linha Saúde 24 ou dirijam-se aos cuidados de saúde primários. O Diário de Notícias não conseguiu obter em tempo útil dados sobre o número de consultas realizadas nos centros de saúde ao abrigo deste plano de contingência e qual o horário com maior frequência.
A receber doentes do INEM
O hospital Amadora-Sintra voltou ontem a receber doentes encaminhados pelo INEM. O plano de contingência foi ativado no início do mês e previa que até ontem os doentes transportados pelo INEM fossem reencaminhados automaticamente pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para outras unidades da região com urgências menos congestionadas: neste caso os doentes estavam a ser encaminhados para os hospitais de Santa Maria e São José.
A medida, tomada em coordenação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, foi acionada porque o serviço de observação (SO) - que faz apoio à urgência e tem 45 camas com a possibilidade de mais dez - estava lotado. "Já estamos a receber encaminhamentos do CODU. Neste momento estamos a registar menos acessos", disse ao Diário de Notícias fonte do Hospital Amadora-Sintra, salientando que pode eventualmente ser efeito do maior conhecimento da população sobre os horários alargados nos centros de saúde.
Apesar do alívio, o nível de alerta mantém-se e se for necessário o plano de contingência será novamente ativado neste ou noutro hospital da região. "No período a seguir ao pico da gripe pode haver situações de descompensação de doença e trazer novamente mais casos à urgência. Caso o SO fique novamente lotado, o plano é ativado", adiantou a mesma fonte, explicando que o período de permanência no SO é de 48 horas, sendo depois o doente encaminhado para alta ou para internamento, quando necessário. O que tem acontecido são situações clínicas mais complicadas que obrigam a internamento. "As pessoas chegam mais frágeis e doentes ao hospital."