Diabetes: uma epidemia prevenível e tratável
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Álvaro Coelho, coordenador do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, sublinha que a diabetes é uma epidemia em muitos países e também em Portugal, no entanto, é passível de ser considerada uma patologia prevenível e tratável. O especialista alerta também que “esta patologia constitui a principal causa de cegueira”, daí a importância atribuída ao tema este ano.
A oftalmopatia diabética tem a sua principal expressão na retinopatia, no entanto, é mais globalizante, podendo envolver também a catarata e o glaucoma. Qualquer um deles de forma singular ou em conjunto, poderão ser indutores de cegueira. A especialidade de oftalmologia deve ser procurada por todos os doentes diabéticos e, muitas vezes, chega mesmo a ser o especialista desta área quem faz o diagnóstico da diabetes (traduzindo um considerável defeito no processo do desejável diagnóstico atempado) . Para o especialista de Medicina Interna “isso é reflexo do insuficiente investimento que existe nesta área. O diagnóstico não deve realizado por força da presença das complicações”.
Álvaro Coelho sublinha que “a diabetes é uma entidade complexa e consumidora de enormes recursos, sejam eles sociais, humanos ou mesmo financeiros”. Acrescenta ainda que “a prevenção é fundamental e é na população em geral e em especial na referenciada ‘de risco’ que se deve centrar o cuidado com a saúde e evitar as situações indutoras de doença”. Os critérios de diagnóstico atuais são também insuficientes para um diagnóstico precoce, em tempo útil, de forma a evitar a evolução da doença e o surgimento das suas complicações. “Um maior investimento na medicina de proximidade (medicina familiar) e numa educação para a saúde, evitaria inúmeras perdas e mesmo consumos hospitalares”.
Concluindo, prevenir e controlar a diabetes continua a ser um objetivo maior. O doente tem um papel importante e fundamental na prevenção e controlo da sua doença, através da adoção de bons hábitos alimentares, de adequada atividade física, de um estilo de vida saudável e ao evitar comportamentos de risco (como fumar, etc). De sublinhar que tão importante como estes elementos é a relação com a equipa e a estrutura de saúde. A Medicina Interna está empenhada em dar o seu contributo no pretendido combate a esta epidemia, como é testemunhado pelo conjunto de atividades em que se encontra envolvida por todo o País através deste Núcleo de estudos.