Tuberculose espalhou-se por culpa dos "colonizadores" e porque é "camaleónica"
Assim revela um grande estudo internacional publicado pela "Nature Genetics". Só em 2015, a tuberculose matou 1,8 milhões de pessoas e infetou outros 10,4 milhões, segundo o relatório global da doença da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O estudo analisa os diferentes tipos de tuberculose, classifica-os em linhagens (ou famílias) e descreve o mecanismo molecular que faz com que algumas estirpes se tenham espalhado pelo mundo e outras sejam raridades locais, escreve o Sapo, uma informação que permitirá desenvolver o diagnóstico e elaborar tratamentos específicos.
"O nosso objetivo era entender se há genótipos de tuberculose mais bem-sucedidos na transmissão, identificar quais são e entender que mecanismos moleculares permitem que a doença se propague", diz o cienstista Iñaki Comas, do Instituto de Biomedicina de Valência (IBV-CSIC).
Os cientistas já sabiam que a bactéria da tuberculose se dividia em sete grandes linhagens, algumas muito específicas e de regiões concretas e outras, as "generalistas", amplamente distribuídas pelo mundo.
Dos sete tipos, os investigadores queriam estudar a número 4 - a mais propagado - para saber o "que tinha de especial", diz Comas, citado pela agência de notícias EFE.
"Este grupo genético bem-sucedido teve origem na Europa e com a colonização europeia chegou aos diferentes continentes. Mas não só se dispersou, também se manteve em todos esses locais. Hoje em dia, é o vírus mais bem-sucedido", completou.