Aquecimento global propaga doenças e ameaça segurança alimentar
As conclusões, baseadas numa pesquisa revista por cientistas, foram compiladas por 80 investigadores de 12 países, disseram peritos da União Internacional para a Conservação da Natureza no Congresso Mundial sobre Conservação, que está a decorrer em Miami, segundo o Jornal de Notícias, com a presença de nove mil líderes e ambientalistas.
"Todos sabemos que os oceanos sustentam o planeta. Todos sabemos que os oceanos nos dão a cada segundo o ar que respiramos", disse a diretora-geral da União Internacional para a Conservação da Natureza, Inger Andersen.
"Estamos a tornar os oceanos doentes", acrescentou.
O relatório, "Explicando o Aquecimento do Mar", é o mais "abrangente e sistemático alguma vez realizado sobre o aquecimentos dos oceanos", afirmou Dan Laffoley, um dos principais autores do estudo.
As águas do mundo absorveram mais de 93% do aquecimento provocado pelas alterações climáticas desde a década de 1970, reduzindo o calor sentido na terra, mas alterando drasticamente o ritmo de vida no oceano, disse.
"O oceano tem-nos protegido e as consequências disso são enormes", sublinhou Dan Laffoley.
O estudo incluiu vários ecossistemas marinhos, desde os micróbios às baleias, incluindo o fundo dos mares e mostra que algumas espécies se estão a deslocar em direção aos polos para águas mais frias.
"Estamos a mudar as estações no oceano", afirmou, salientando que as temperaturas mais altas vão, provavelmente, mudar a proporção entre os sexos das tartarugas no futuro, porque as fêmeas são mais propensas a nascer em temperaturas mais quentes.
O estudo inclui provas de que o aquecimento dos oceanos "está a provocar o aumento de doenças em populações de plantas e animais" e também a matar os recifes de coral, referiu Dan Laffoley.