Voluntária tenta angariar 700 litros de tinta para unidade de pedopsiquiatria em Lisboa
![](https://www.atlasdasaude.pt/sites/default/files/styles/medium/public/field/image/tinta_pintar.jpg?itok=XW_QlALE)
Marta Mello Breyner, atualmente desempregada e que trabalhou numa multinacional farmacêutica durante 33 anos, criou a página no Facebook “ALTAmente” com o objetivo de ajudar nas obras necessárias à expansão do serviço de psiquiatria para crianças e adolescentes da Estefânia.
Em entrevista, Marta Mello Breyner, que faz voluntariado na área da saúde mental no Pisão, conta que conheceu de perto a história de uma jovem de 16 anos que tentou o suicídio. Foi este caso que a fez compreender “a falta de resposta do Estado para estas situações”.
“Apenas 20 camas de internamento para toda a área de Lisboa e até Faro, com serviço sempre completo, e as crianças ou jovens sem possibilidade de ficarem no Hospital de Estefânia são transferidos para serviços de adultos que em nada estão preparados para os receber”, conta.
Esta é aliás uma realidade para a qual o próprio Plano Nacional de Saúde Mental tem vindo a chamar a atenção.
Em marcha está a criação de uma unidade específica para crianças e jovens, no Parque de Saúde de Lisboa, e é precisamente para a pintura desta unidade que Marta Mello Breyner está a tentar angariar fundos.
“Todos os donativos são importantes…um euro faz toda a diferença”, sublinha Marta Mello Breyner, que disponibiliza um NIB na página ALTAMente criada para este efeito. O dinheiro recebido é canalizado para uma associação sem fins lucrativos ligada à pedopsiquiatra (Arterapias).
Atualmente desempregada mas conhecedora da área da saúde, Marta diz que sonha que “todo e qualquer serviço de psiquiatria tenha alternativas diferentes que visem o bem-estar dos utentes, doentes e familiares”.
“Um cabeleireiro, porque não? Um centro de massagens, jardins terapêuticos, teatro, animais, tudo isto e muito mais pode ser feito com parecerias nestas áreas e sabemos bem que as verbas dos hospitais não são suficientes para contemplar estas verdadeiras terapias”, diz.
Lamenta que a doença mental seja muito estigmatizada e que os doentes sejam ainda marginalizados, sendo “tratados como cidadãos de segunda”.