Medicamentos reduzem risco de transmissão de VIH em relações sexuais sem proteção
O estudo foi publicado no Jornal da Associação Médica Americana (JAMA) e foi o maior já realizado para examinar o risco em casais serodiferentes (com diagnósticos opostos) que têm relações sexuais desprotegidas, enquanto o infetado toma medicação para travar a replicação do vírus e reequilibrar o sistema imunitário.
A pesquisa envolveu 900 casais de 14 países europeus, entre 2010 e 2014. Dois terços dos casais eram heterossexuais, e os restantes eram compostos por homens.
Depois de um estudo de uma mediana de 1,3 anos, não foram encontrados casos em que a pessoa seropositiva tivesse transmitido o vírus ao parceiro.
No entanto, confirmaram-se 11 casos em que o parceiro que apresentava diagnóstico negativo de Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) no início passou a positivo.
Dez dos 11 estavam em relações homossexuais, mas os pesquisadores afirmaram que oito dos que passaram a estar infetados admitiram ter tido relações desprotegidas com outras pessoas.
De qualquer modo, as novas infeções não puderam ser molecularmente relacionadas com os parceiros originalmente seropositivos, resultando numa taxa de transmissão igual a zero, nos casais estudados.
“Apesar de estes resultados não fornecerem diretamente uma resposta à pergunta se é seguro praticar sexo sem preservativos em casais serodiferentes, este estudo fornece dados informativos (especialmente para heterossexuais) para os casais puderem construir a sua aceitação ao risco”, disse a equipa, orientada por Alison Rodger da University College London.
O JAMA adverte que os casais não devem considerar que o risco de transmissão é sempre nulo e aconselha que o parceiro que com VIH use antiretrovirais durante seis meses, pelo menos, antes de praticar sexo sem preservativo.