Câmara de Lisboa ainda sem local para instalar sala de consumo assistido
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Fernando Medina respondia a uma questão apresentada pelo Bloco de Esquerda (BE) na sessão de perguntas à Câmara que decorreu na Assembleia Municipal, tendo afirmado que o município "ainda não tomou uma decisão nem do local nem da data relativamente à criação" deste espaço.
Na sua intervenção, o BE lembrou que em fevereiro os deputados municipais aprovaram uma recomendação do grupo municipal bloquista para que a Câmara avançasse com a abertura de salas de consumo assistido "no mais curto espaço de tempo".
Na altura, a recomendação mereceu o voto contra de um deputado do PSD, a abstenção de cinco deputados sociais-democratas, do CDS-PP e do MPT e os votos favoráveis de PS, Cidadãos Por Lisboa (eleitos nas listas socialistas), PCP, BE, PEV, PAN, Parque das Nações Por Nós (PNPN) e a restante bancada do PSD.
O BE lembrou também que a localização da sala já foi apontada para as zonas da Mouraria e da Alta de Lisboa.
No final da reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), o vereador dos Direitos Sociais corroborou aos jornalistas que o município está "a estudar as hipóteses".
"Não temos calendário", vincou João Afonso, acrescentando que "antes do final do mandato vai haver uma decisão" quanto a esta matéria.
O autarca ressalvou que "a lógica nunca passará por a sala de consumo assistido ser uma única resposta", uma vez que a Câmara tem já vários programas de apoio em curso.
Quanto aos sítios apontados para a localização desta unidade, o vereador advogou que um diagnóstico à cidade identificou a Mouraria e a Alta de Lisboa como locais onde a problemática da toxicodependência está mais instalada, mas o que "não quer dizer que a sala se localize" num destes locais.
O Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) elaborou um plano integrado de possibilidades de intervenção para as duas localizações, sendo que o da Mouraria esta concluído, mas a Câmara Municipal aguarda ainda as conclusões referentes à Alta de Lisboa.
Depois de conhecidas as conclusões, continuou João Afonso, começará a fase da consulta local, junto das populações e instituições.
"Se tivermos condições sociológicas temos de ver se faz sentido, e só depois escolher o local", advogou o autarca.
Aos jornalistas, João Afonso manifestou também interesse em recolher informações junto de cidades estrangeiras que já têm ou estão em processo de instalar uma sala de consumo assistido.
Durante a sessão de perguntas ao executivo de maioria socialista, o PCP insistiu na questão da circulação de quatro carruagens na linha verde do Metropolitano de Lisboa, dado que atualmente só circulam três devido às estações do Areeiro e Arroios estarem inacabadas.
Em resposta, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, afirmou que questionou a empresa e que "a resposta é simples", dado que "com a extensão da linha azul para a Reboleira tiveram de aumentar o material circulante" ali, em detrimento do da linha verde.
Entretanto, segundo vereador, "ainda não foi adquirido mais material circulante".