Convento de Cristo mostra a partir de hoje e durante um ano o universo da cura conventual
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A exposição resulta de uma “parceria inédita” do Convento de Cristo com o Museu da Farmácia, Palácio Nacional de Mafra, Museu Nacional do Azulejo e Instituto Politécnico de Tomar, entre outras colaborações científicas e técnicas, contribuindo para o conhecimento da história da farmácia conventual em Portugal, disse a diretora do Convento de Cristo, Andreia Galvão.
A exposição, que vai ser inaugurada ao meio-dia de hoje com a presença do ministro da Cultura e estará patente até 03 de julho de 2017, mostra a coleção de vasos e potes da Botica do Convento de Cristo, com origem provável na Real Fábrica de Louça, ao Rato, em Lisboa, e na Fábrica de Faiança do Juncal.
Os visitantes terão acesso à Ala Filipina, sua grande Enfermaria e Botica Nova, resultantes da última intervenção de grande vulto no Convento (séculos XVII e XVIII) e que se encontram encerradas ao público, podendo observar “o magnífico teto” e a Sala dos Cavaleiros, exemplos do “glorioso passado” do edifício, que também foi residência real.
“A viagem alarga-se aos quotidianos religiosos da comunidade de frades que habitavam o Convento de Cristo, onde exercitavam saberes para curar irmãos e populações vizinhas, demonstrando o impacto que tiveram numa região que ainda hoje conserva a sua memória”, afirma a nota explicativa da exposição.
“A Botica do Real Convento de Thomar” mostra o “acervo fantástico” de 88 potes de faiança e outros objetos (como medidas) do vasto espólio de peças reunidas pela União dos Amigos dos Monumentos da Ordem de Cristo (UAMOC) nas primeiras décadas do século XX.
A botica e a enfermaria filipinas, “perfeitamente identificadas” num portal que tem inscrita a data da fundação (ao contrário da botica anterior, do tempo de D. João III e da autoria de João de Castilho, cujo local exato se desconhece), situam-se no que foi depois transformado em Hospital Militar.
“Queremos dar também às pessoas uma visão que não é só da obra de arte – da botica com os seus belos objetos. É que percebam o que é todo o processo, desde a matéria-prima, que pode ser orgânica ou mineral, ou as águas, até uma certa contemporaneidade”, e na ligação à paisagem cultural, “herança das comendas da Ordem de Cristo”, disse Andreia Galvão.
A exposição tem uma “forte componente pedagógica, para as pessoas entenderam o que era o fazer, o saber-fazer, e todo este mundo fantástico e abrangente da botânica e da cura e de todo o aspeto da vida conventual”, declarou.
A exposição segue-se à que, ao longo do último ano, mostrou a louça do acervo do Convento na zona do refeitório, com a preocupação de “olhar para o contexto” e ajudar as pessoas a entenderem melhor o quotidiano da altura, disse.