Projeto Quiosque da Saúde vai ter novos espaços em Lisboa e quer chegar ao Porto
O presidente da Associação Conversa Amiga (ACA), Duarte Paiva, disse que a expansão da rede de Quiosques da Saúde vai começar em setembro deste ano, com a instalação de um equipamento na freguesia lisboeta de São Domingos de Benfica.
Ainda na capital, as juntas de freguesia de Alvalade e da Misericórdia “mostraram interesse” em acolher o projeto, da responsabilidade da associação, informou Duarte Paiva, explicando que as propostas estão ainda em análise.
Junto da ACA, a junta da Misericórdia apontou a necessidade da colocação de dois Quiosques na freguesia, enquanto Alvalade pretende apenas uma banca.
Segundo o responsável pelo projeto, está em estudo uma possível localização de um equipamento no Porto, uma vez que existe interesse de algumas organizações locais.
O projeto Quiosque da Saúde começou na zona de Olaias, em Lisboa, com a instalação de um equipamento em novembro de 2014, e crescendo com a criação de uma banca na freguesia de Pegões, no concelho do Montijo (Setúbal), em novembro de 2015, e com a colocação de um equipamento na freguesia lisboeta de Alcântara, no final de janeiro deste ano.
Os três equipamentos já proporcionaram um total de 2.106 consultas, segundo os dados até 16 de junho deste ano.
Em Olaias foram prestadas 1.603 consultas ao longo de um ano e meio, em Pegões foram 143 os atendimentos em cerca de meio ano e no recente Quiosque de Alcântara realizaram-se 360 nos cinco meses de funcionamento.
Os utentes são maioritariamente pessoas idosas, uma vez que a idade média ronda os 62 anos, com uma maior presença do sexo feminino (66%).
Os principais motivos da visita são a facilidade de acesso aos cuidados de saúde primários e a falta de médico de família.
Os tratamentos de enfermagem, a avaliação de tensão arterial, colesterol e glicemia, bem como a conversa terapêutica, destacam-se na tipologia das consultas prestadas.
Dos três espaços em funcionamento, prevê-se uma alteração na localização do Quiosque da Saúde de Olaias, na freguesia lisboeta do Areeiro, que “é o único equipamento, quer dos que existem, quer dos que estão a ser projetados, que não conta com nenhum tipo de parceria, nem apoio da junta”, explicou o representante da ACA, referindo que “é completamente insustentável” a associação continuar a suportar sozinha todos os custos.
A associação tentou negociar com a autarquia do Areeiro, mas esta recusou apoiar o projeto.
A vogal com o pelouro de Ação Social da Junta de Freguesia do Areeiro, Patrícia Leitão, esclareceu que a autarquia já tem “dois postos médicos com muitas mais valências do que teria o Quiosque da Saúde”, pelo que “não se justifica duplicar um encargo para um serviço que já é prestado gratuitamente” às pessoas mais carenciadas.
De acordo com o presidente da ACA, pretende-se agora que o equipamento das Olaias seja transferido para a freguesia de Arroios, de forma a “manter a proximidade” com os utentes.
O custo da aplicação de um equipamento é de “cerca de 10 mil euros”, ficando as juntas de freguesia responsáveis por 40%.
Os restantes 60% são suportados pela ACA, através das parcerias estabelecidas, nomeadamente com a Fundação PT e a Tecnifar, e com a contribuição dos utentes.