Conheça as causas e sintomas

Doença hemorroidária

Atualizado: 
28/06/2019 - 13:02
A doença hemorroidária é uma patologia anorretal muito frequente atingindo até 50% da população, pelo menos uma vez na vida, não havendo diferenças na incidência entre ambos os sexos. É rara em criança até aos 20 anos, aumentando com a idade até aos 40 anos, sendo mais prevalente entre os 40 e 65 anos. É uma situação comum durante a gravidez.
Ilustração de hemorróidas

Causas da Doença Hemorroidária

A doença hemorroidária resulta da dilatação das veias da linha do canal anal, havendo quem a designe como “almofada retal”. A sua causa mais frequente é a obstipação, mas, qualquer obstrução das veias do plexus hemorroidário, que se enche de sangue quando o esfíncter interno relaxa e se esvazia quando ele contrai causa a sua hipertrofia. A contratura persistente, geralmente por obstipação, causa prolapso e as veias tornam-se dilatadas, é a estes prolapsos que se designam hemorroidas.

Consideram-se 2 tipos de hemorroidas: internas e externas. As internas não são sentidas fora do corpo embora apresentem sintomas típicos e as externas formam protuberância fora do reto podendo retroceder espontaneamente, podendo contudo manter-se prolapsadas.

Sinais e Sintomas da Doença Hemorroidária

Os sintomas incluem dor e desconforto ao defecar como resultado do inchaço da área retal e do ânus, agravando após a defecação. Os sintomas dos 2 tipos de doença hemorroidária incluem:

  • Sangramento quando da defecação em que o sangue pode apenas sujar o papel e o toilete, espalhar-se nas fezes ou, se for abundante, espalhar-se pelo toilete. O sangue é vermelho e brilhante;
  • Roupas sujas de fezes;
  • Eliminação de muco;
  • Prurido e sensação de queimadura anal;
  • Sensação de que os intestinos estão cheios após defecação;
  • Prolapso;
  • Dor, geralmente muito intensa ao defecar. A dor pode fazer com que o doente evite defecar conduzindo a um ciclo vicioso de obstipação e aumento da dor. As hemorroidas externas podem trombosar e a dor pode ser sinal desta situação;
  • Pode ser doloroso sentar-se normalmente.

Podem ainda surgir outras queixas, tais como prurido, ardor, inflamação, incontinência fecal.

Aconselhamento ao doente

O aconselhamento passa por medidas de prevenção e medidas que acompanham o tratamento da doença hemorroidária instituída.

Medidas preventivas da Doença Hemorroidária

Na prevenção inclui-se os bons hábitos intestinais prevenindo a obstipação através da alimentação, ingestão de líquidos e a atividade física. Também é fundamental a criação de hábitos defecatórios que são detalhados no capítulo da Obstipação.

Medidas adjuvantes do tratamento

Uma boa higiene com lavagem retal após cada defecação; na existência de prolapso, este pode ser introduzido no reto usando toalhetes ou compressas. Há pessoas que sentem algum conforto com “banhos de assento” quentes 2 vezes ao dia.

Considera-se também adjuvante do tratamento as medidas apresentadas como preventivas de bons hábitos alimentares e de defecação.

Aconselhamento sobre o tratamento da Doença Hemorroidária

A terapêutica é essencialmente tópica e efetuada através da aplicação de creme/pomada na região anorretal devendo obedecer aos cuidados seguintes:

  • O doente deve ser informado sobre a forma correta de aplicar o creme quer externa quer internamente com a cânula;
  • Antes de aplicar o creme, a região deve ser lavada com água e sabão neutro, de preferência;
  • Aplicar o creme na região anorretal após defecação, para obter melhores resultados;
  • O creme deve ser aplicado várias vezes ao dia, com uma ligeira massagem na região anorretal;
  • Os medicamentos de uso externo não devem ser introduzidos no reto;
  • Preferir cremes a supositórios por serem mais seguros;
  • Se sentir desconforto intenso após aplicação do creme pode estar a fazer alergia e não deve voltar a aplica-lo. Pode substituir por outro com a mesma finalidade e com composição diferente, nesse caso informe o farmacêutico sobre o medicamento que lhe deu desconforto;
  • Os cremes com vasoconstritores não devem ser recomendados a doentes com: diabetes, hipertensão, doença cardíaca, hipertiroidismo, dificuldades em urinar;
  • Se houver agravamento ou surgirem novos sintomas, o doente deve consultar o médico. 

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Autor: 
Prof. Doutora Maria Augusta Soares
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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