Uma em cada cinco pessoas tem incontinência urinária
Estes dados foram divulgados pela Associação Portuguesa de Urologia e pela Associação Portuguesa de Neurologia e Uroginecologia, a propósito da Semana da Incontinência Urinária, que se celebra de 10 a 16 de Março.
Um estudo epidemiológico da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto revela que a incontinência urinária afecta 20% da população com mais de 40 anos, sendo mais prevalente nas mulheres: entre os 45 e os 65 anos, a proporção de casos é de três mulheres para cada homem.
Esta doença que afecta 600 mil portugueses com mais de 40 anos pode ter uma taxa de cura de 90%, sendo fundamental procurar ajuda médica quando se sentem os primeiros sintomas, para que o tratamento seja adequado.
Miguel Ramos, urologista do Hospital de Santo António e membro das duas associações, considera que hoje em dia não faz sentido as pessoas esconderem a patologia e isolarem-se, com vergonha e medo que os outros percebam.
“Graças aos avanços médicos dos últimos anos, temos agora ao nosso alcance terapêuticas capazes de controlar a maior parte das situações”, afirmou, explicando que algumas formas de incontinência urinária são tratadas com medicamentos ou técnicas de reabilitação, e que a maioria das cirurgias quase não implica internamento.
Existem vários tipos de incontinência urinária, sendo as mais prevalentes a incontinência de esforço (pequenas perdas de urina que acontecem em situações de esforço), a incontinência por imperiosidade (vontade repentina e intensa de ir à casa de banho) ou mista.
Os especialistas alertam para o tabu e o preconceito existente em torno desta doença, lembrando que reduz drasticamente a qualidade de vida de quem dela sofre e que mesmo as perdas ligeiras de urina têm implicações graves no quotidiano, afectando a relação conjugal.
A Semana da Incontinência Urinária visa contrariar esta tendência e provar que existe esperança no tratamento da doença.