Não exige investimento

Turismo de saúde é oportunidade para Portugal

Portugal pode tornar-se opção internacional nas áreas de dentária, estética e fertilização, aumentando assim a procura do turismo de saúde.

O responsável do Health Cluster Portugal (HCP) defendeu que o turismo de saúde é uma oportunidade de negócio, sem necessidade de investimentos adicionais, pois o país tem oferta excedentária de equipamentos, infra-estruturas e profissionais, faltando apenas apostar na promoção.

O director executivo do HCP, Joaquim Cunha, disse que, “de facto, há um potencial e não precisa de investimento, ou seja, os hospitais que [o país] tem chegam e neste momento, quer da parte pública quer da privada, há uma oferta excedentária”.

Para Joaquim Cunha, Portugal tem mais unidades de saúde, aparelhos e recursos humanos do que necessita, situação que relacionou com a evolução demográfica, a estagnação da população e com o facto de alguns investimentos terem sido projectados e iniciados numa altura em que a economia estava a crescer e já não foi possível alterar a sua concretização.

O turismo de saúde, com um desenvolvimento recente, junta a visita, normalmente a outro país, com o objectivo de realizar tratamentos médicos, com maior destaque nas áreas dentária, estética, ortopédica e das fertilizações.

Com um clima ameno e produtos turísticos variados, da praia à cultura, história ou gastronomia, o destino Portugal tem recebido distinções no estrangeiro, uma vantagem a que pode juntar-se, segundo o HCP, a qualidade dos serviços médicos.

No entanto, “precisamos de investir sobretudo na promoção” do país, salientou Joaquim Cunha. “Temos histórias de sucesso, uma é o Sistema Nacional de Saúde (SNS), a parte pública e privada”, defendeu o responsável.

Para o HCP, o SNS “compara bem com outros (sistemas) a nível internacional, mas os outros (países) não sabem. A imagem que um alemão tem do nosso SNS não corresponde à sua qualidade, o que não é verdade junto dos médicos, pois convivem em congressos internacionais e conhecem-se”.

A falta de conhecimento da forma como funciona o SNS leva a um “défice de reputação” de Portugal nesta área, o que “tem de ser trabalhado”, frisou Joaquim Cunha.

O director executivo do HCP faz questão de explicar que não se trata de uma imagem negativa do sistema de saúde, mas sim de uma “má imagem de Portugal e dos países do sul” da Europa.

Os jovens médicos e enfermeiros que acabam por emigrar e ir trabalhar para outros países têm um papel “importantíssimo” na construção dessa reputação e estes profissionais “são muito bem formados”. “Temos de ter uma estratégia de nos promovermos internacionalmente, onde fará sentido utilizar os nossos activos”, resumiu Joaquim Cunha.

 

Fonte: 
Sapo Saúde
Nota: 
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