Três em cada quatro portugueses desconhecem que estão em risco de ter zona
O estudo "Zona e sua prevenção - O que sabem os portugueses" decorreu entre 14 e 24 de Abril e foi elaborado através de um questionário que envolveu 5452 portugueses com idades entre os 18 e os 65 anos. Promovido pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, o inquérito online teve como objectivo perceber o grau de conhecimento dos portugueses em relação à zona, uma doença dolorosa e debilitante que afecta cerca de uma em cada quatro pessoas ao longo da vida.
Segundo o inquérito, sete em cada dez portugueses afirmam "já ter ouvido falar" da zona, mas revelam grande desconhecimento em relação à doença, 80% não sabe que pode ser prevenida e apenas 10% refere a existência de uma vacina como forma de prevenção.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Teixeira Veríssimo, explicou que a zona é causada pela reactivação do vírus da varicela, sendo a complicação da doença "a dor difícil de suportar". "Perturba muito a qualidade de vida das pessoas e, muitas vezes, não fica apenas por uns dias ou uns meses. Em muitas situações dura anos", disse Teixeira Veríssimo.
O especialista de Medicina Interna sublinhou que "essa é a grande complicação da zona, que pode ser prevenida com a vacina", aconselhada a partir dos 50 anos, idade em que "a doença começa a aparecer com maior prevalência". De acordo com o estudo, apenas 11% dos inquiridos disseram saber que uma em cada quatro pessoas irá desenvolver a doença ao longo da vida e 79% não sabem que o risco de um episódio de zona mais do que duplica a partir dos 50 anos.
Relativamente ao impacto que a zona poderá ter na vida de uma pessoa, 43% desconhece que pode "provocar dor intensa com profundo impacto em termos de qualidade de vida". Quando questionados sobre as causas da doença, 45% dos inquiridos disseram desconhecer as razões que dão origem à zona, mas 37% consegue associar a reactivação do vírus da varicela como causa da doença e 35% associa a dor crónica (durante meses ou anos) na área afectada como a principal complicação da patologia.
Mais de metade não sabe como se trata a doença e o médico de família é o especialista de eleição a quem recorreriam num caso de suspeita de zona, refere o estudo, acrescentando que cerca de metade dos inquiridos disse conhecer pessoas que já tiveram a doença. Sobre o interesse na vacinação, apenas 3% afirmou não ter interesse e 65% disse que gostaria de receber mais informação.
Anualmente, são diagnosticados cerca de 1,7 milhões de novos casos de zona na Europa, sendo que dois terços dos casos ocorrem em pessoas com mais de 50 anos.