Surto de “doença mãos, pés e boca”
Um surto do vírus coxsackie, comummente apelidado de “doença mãos, pés e boca”, está a levar 15 a 20 crianças por dia às urgências do hospital da ilha Terceira, disse o responsável pelo serviço de pediatria. A situação, segundo o director do serviço de pediatria do hospital, Francisco Gomes, começou “há uma semana”.
O especialista, que refere não existir, até à data, qualquer internamento relacionado com este surto, alerta para o facto de se tratar de “uma doença benigna”.”Apesar de altamente contagiosa, é uma doença que tem uma evolução positiva, basta acompanhar os sintomas”, disse.
O médico explicou tratar-se uma doença “pouco comum”, que geralmente regista “um a dois casos por ano” na Terceira, mas que presentemente tem tido muita expressão não só na ilha, como em território continental. “Já falei com colegas do continente que têm situações semelhantes”, afirmou.
A nível dos Açores, o surto regista-se, aparentemente, somente na ilha Terceira. Em Novembro, este vírus levou dezenas de crianças à unidade hospitalar da ilha de São Miguel, tendo decrescido as ocorrências ao longo do mês seguinte até à sua actual inexistência. Pertencente à família dos enterovírus, o coxsackie, altamente transmissível através de contacto com as secreções do nariz, garganta e boca, afecta sobretudo a população infantil, crianças entre os 3 e os 10 anos. Além de febre, os principais sintomas são lesões cutâneas, borbulhas, que, como indica o seu nome, surgem ao redor da boca, nas mãos e pés, e que evoluem para vesículas num período entre 3 a 6 dias.