Dia Mundial do Rim reuniu no Porto os protagonistas da saúde renal

Rastreio renal no Porto contribuiu para travar a doença

O dia Mundial do Rim foi celebrado no dia 13 de Março, com um rastreio participado por cerca de 400 habitantes do Porto, que foram ao encontro de especialistas numa tenda montada na Praça Gomes Teixeira.

Esta iniciativa resultou numa população mais informada sobre a Doença Renal Crónica e, igualmente importante, esclarecida sobre a sua propensão para desenvolver a doença ou eventual detecção da doença nos seus estágios iniciais. Neste rastreio em particular foi possível alertar um número significativo de pessoas sobre o seu frágil estado de saúde renal, o que só por si justifica que a prevenção tenha sido a tónica dominante que as diversas entidades organizadoras - Santa Casa da Misericórdia do Porto, Diaverum e Business Sweden - colocaram na campanha de informação neste Dia Mundial do Rim.

No mesmo dia do rastreio, decorreu uma Sessão Pública na Santa Casa da Misericórdia do Porto que reuniu os principais protagonistas da saúde renal em Portugal que abordaram o tema da “Prevenção da Doença Renal Crónica e a importância da educação do doente”. Participaram nesta Sessão Pública Anabela Coelho, em representação da Direção Geral de Saúde, Luís Castanheira Nunes, Presidente da ARS do Norte, António Tavares, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, Fernando Nolasco, Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, Fernando Macário, Presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, João Frazão, Director Médico Nacional da Diaverum, João Cabete, Presidente da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, José Gouveia, Presidente da Associação de Doentes Renais do Norte de Portugal, e Fernando Vilares Presidente da Associação Portuguesa de enfermeiros de Diálise e Transplantação.

Os dois eventos do Dia Mundial do Rim mostraram existir uma grande cooperação entre todos os agentes envolvidos, seja por parte do governo, dado o apoio institucional da Direcção-Geral da Saúde, do poder local, das Associações de Doentes (como a APIR e a ADRNP), das Sociedades – (Portuguesa de Nefrologia e Portuguesa de Transplantação), do Sector Social, como a Misericórdia do Porto e da comunidade médica, aqui representada pela Diaverum, um dos principais prestadores de serviços renais a nível mundial integrado no sistema nacional de saúde. Todas os intervenientes estiveram debruçados sobre a prevenção da doença renal, assim como das doenças que estão na sua origem, a hipertensão e a diabetes. A educação dos doentes é um factor essencial nesse combate contra a doença renal e também aí, os parceiros estão em sintonia no que refere a procurarem soluções em que trabalhem em conjunto nesse sentido.

 

Uma doença silenciosa e possível de prevenir

A doença renal crónica, também chamada de insuficiência renal crónica, consiste numa doença caracterizada pela perda progressiva da função renal, sendo possível a prevenção primária, daí a inquestionável relevância de realizar rastreios. Trata-se de uma doença em que os rins deixam lentamente de desempenhar as suas funções habituais e que afecta actualmente cerca de 800 mil pessoas em Portugal. Nas fases mais avançadas os portadores desta doença necessitam de realizar regularmente um tratamento de substituição da função renal que poderá ser a hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal.

O nefrologista João Frazão explica que “a principal função dos rins é a correcção de perturbações na composição e volume dos fluidos corporais, que ocorrem como consequência da ingestão alimentar, metabolismo e factores ambientais, sendo também, responsáveis pela produção de enzimas e hormonas. A insuficiência renal crónica é uma doença provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência da perda de função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam removidas pelo rim e excretadas na urina. O rim também tem funções hormonais, nomeadamente, produção de eritropoetina, hormona essencial à formação de glóbulos vermelhos, e a activação da vitamina D, indispensável à saúde do osso”.

 As duas principais causas de insuficiência renal crónica são a hipertensão arterial e a diabetes. A prevenção e o controlo destas duas doenças podem ter um impacto muito marcado na redução do número de doentes com insuficiência renal e na progressão da doença para os estadios mais avançados, com necessidade dos tratamentos de substituição da função renal.

A realização de rastreios como o que ocorreu no Porto são por esse motivo da maior importância, dado que cada vez existem mais pessoas a sofrer da doença no nosso país e pelo facto de se tratar de uma doença assintomática nas suas fases precoces, tal como a hipertensão arterial e por vezes a diabetes.

Neste contexto as campanhas de informação aos cidadãos e as campanhas de rastreio da doença são muito importantes porque podem identificar os doentes com doença renal crónica precoce e podem também identificar os doentes em risco. Em qualquer destes casos, a intervenção terapêutica precoce pode evitar o desenvolvimento da lesão renal ou diminuir muito a progressão da doença renal para as suas fases mais avançadas com necessidade de diálise.

 

Fonte: 
Ganesh
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.