Estudo

Químicos de produtos domésticos causam infertilidade masculina

Um estudo científico comprova que alguns químicos presentes nos produtos domésticos, como pasta de dentes, brinquedos de plásticos e protectores solares, podem causar infertilidade masculina.

Niels Skkakkebaek, do Hospital da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, publicou um estudo, citado pelo jornal “Independent”, que comprova a presença de químicos na pasta de dentes, no sabão e no protector solar que podem aumentar os riscos de infertilidade masculina.

Os resultados comprovam que o uso de um em cada três químicos “não-tóxicos” presentes nos produtos diários pode afectar directamente a potência dos espermatozoides, fazendo com que libertem, numa fase prematura, enzimas que são precisas para penetrar e fertilizar os óvulos.

O estudo pode ter encontrado uma razão para alguns casos de infertilidade masculina até inexplicáveis e desenvolveu uma nova forma de testar o impacto de novos produtos químicos na fertilidade masculina.

Foi descoberto também que o nível de concentração necessária destes químicos para provocar reacções adversas é semelhante aos níveis baixos que normalmente se encontram no corpo humano. Além disso, os resultados do estudo mostram que quando determinados químicos interagem podem amplificar os seus efeitos individuais.

Este estudo está inserido numa pesquisa sobre perturbações no sistema endócrino provocadas por químicos que possam estar ligados ao declínio da potência dos espermatozóides. Os cientistas referem que estes químicos podem ser feitos para imitar o estrogénio - a hormona sexual feminina - e para actuar como anti-androgénios, acabando por afectar o sistema reprodutor masculino.

“Na minha opinião, as nossas descobertas são claramente motivo de preocupação, uma vez que alguns químicos que provocam perturbações no sistema endócrino são provavelmente mais perigosos do que tínhamos pensado. No entanto, continua a ser preciso verificar, através de outros estudos clínicos, se os nossos resultados podem explicar a redução da fertilidade”, explica Niels Skkakkebaek.

Com base no estudo, as autoridades europeias podem decidir quais os produtos que devem ser banidos ou as restrições que devem impor, de forma a minimizar o impacto do problema.

Fonte: 
Jornal de Notícias Online
Nota: 
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