Quase 10% das intoxicações alimentares dão origem a hospitalização
Segundo o estudo do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), dos 19 surtos analisados, em 10 foi identificado o agente causador que provocou casos de toxinfecção alimentar em 183 pessoas e 17 hospitalizações, 9,3%
A investigação permitiu concluir que um mau tratamento térmico e uma incorrecta conservação estiveram na origem da maioria dos casos.
No que se refere ao local onde o alimento foi consumido ou esteve em preparação, as cantinas surgem em primeiro lugar (em 35% dos casos), logo seguidos de casas particulares (em 20% das situações), de instituição residencial (15%) e de restaurantes (5%).
“Os factores que mais têm contribuído para a ocorrência de toxinfecções alimentares têm sido contaminações cruzadas, procedimentos de manipulação incorrectos, assim como abusos no binómio tempo/temperatura de conservação de alimentos”, refere o artigo publicado no boletim epidemiológico do INSA.
Nos últimos cinco anos, foram registados pelo INSA 40 surtos com agente identificado, provocando mais de 700 casos de toxinfecções alimentares e uma centena de hospitalizações. Contudo, o boletim admite que este estudo representa apenas uma fracção do número real de intoxicações ocorridas em Portugal.
Ainda assim, os resultados mostram que é preciso insistir, nos programas de educação para a segurança alimentar, nas medidas adequadas de tratamento térmico dos alimentos, bem como da temperatura e tempo de conservação.
Segundo os surtos investigados no ano passado, as refeições mistas e os produtos de pastelaria e bolos continuam a ser o género alimentício predominante.