Proteína pode prever como vítima de AVC irá recuperar
Segundo uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Medicina de Graz, na Áustria, e divulgado no Congresso Mundial de Neurologia, realizado em Viena, uma proteína pode ser a chave para determinar se a vítima de um ataque isquémico recuperará ou não de um acidente vascular cerebral (AVC).
Os cientistas, liderados pelo neurologista Thomas Seifert-Held, conseguiram prever qual será a evolução dos doentes que tiveram um ataque isquémico (perda de irrigação sanguínea no cérebro por embolia). "Estudamos a relação que existe entre a proteína Lipocalina Associada a Gelatinase de Neutrófilos (NGAL) e as vítimas de um ataque isquémico”, explicou Seifert-Held. "Após analisar o sangue das vítimas de AVC, comprovamos que aqueles com níveis mais altos de NGAL depois do ataque tiveram uma recuperação muito pior do que os que têm níveis baixos da proteína”, acrescentou.
O estudo desses biomarcadores serve para a realização de um diagnóstico mais urgente do doente, permitindo prever como evoluirá o corpo após o AVC e o grau de sucesso do tratamento. O diagnóstico com os dados deve conter outras informações, como idade e pressão arterial do doente, para ser o mais confiável possível.
A pesquisa de parâmetros biológicos para as isquemias ainda é muito recente, "tem somente cinco ou seis anos”, ressaltou Seifert-Held. "Estamos a procurar, por exemplo, biomarcadores que indiquem se o ataque é isquémico ou hemorrágico, porque à primeira vista os sintomas são os mesmos”, detalhou.
Eles diferenciam-se porque um acontece quando uma artéria que leva oxigénio ao cérebro é obstruída por um coágulo de sangue (isquémico) ou se rompe (hemorrágico).
"Esta diferenciação ajudaria muito a alcançar um diagnóstico rápido, especialmente numa emergência como é um AVC, porque até agora só dá para saber essa informação com uma tomografia”, destacou.
"O nosso trabalho contribuiu para sublinhar a relevância que podem ter os biomarcadores e a tarefa agora é identificá-los com mais sensibilidade e especificidade”, concluiu Seifert-Held.