“Pequena Picada, Grande Ameaça”
Os vectores são, sobretudo, artrópodes que transmitem a infecção através de picada quando eles próprios são portadores de agentes patogénicos, como vírus e parasitas. Os mais comuns são os mosquitos (de várias espécies), mosca da areia (flebótomos) e carraças (ixodídeos). Apenas uma picada pode transmitir doenças tais como malária, dengue, chikungunya, febre do Nilo Ocidental, leishmaniose, doença de Lyme, febre-amarela, encefalite japonesa, entre outras.
A Organização Mundial da Saúde considera que as doenças transmitidas por vectores como a malária (paludismo), dengue, febre-amarela, entre outras, são de preocupação para a saúde a nível mundial, pois mais de metade da população está em risco. Apesar de estas doenças ocorrerem habitualmente em áreas tropicais e subtropicais (ou em locais em que o acesso à água potável ou o saneamento básico possam constituir um problema), nos últimos anos tem-se assistido à sua disseminação para outras áreas geográficas.
Esta propagação pode ser facilitada por vários factores, nomeadamente o aumento das viagens e comércio internacional, a introdução de novas práticas agrícolas, o aumento da mobilização da população da região rural para urbana e sobretudo as alterações climáticas, em particular as questões ligadas ao aquecimento global.
A possibilidade de (re)introdução de algumas destas doenças na Europa tornou-se evidente com o recente surto de dengue que ocorreu em finais de 2012 na Ilha da Madeira, que obrigou a uma resposta integrada das autoridades de saúde daquela Região. As doenças transmitidas por vectores podem ser graves, levando muitas vezes à morte.
A investigação sobre a prevenção e o tratamento destas doenças tem preocupado, por isso, governos e cientistas a nível mundial, com progressos assinaláveis nalgumas delas. O lema da OMS ”medidas simples para se proteger a si e à sua família” pretende promover o uso de repelentes ou roupas que cubram a maior parte do corpo, o uso de redes protectoras nas janelas e portas, a eliminação de possíveis criadouros de mosquitos, tais como recipientes com água, ou a administração de vacina, quando adequado e disponível (febre amarela, principalmente).
A divulgação de informação específica relativa a medidas de protecção individual e prevenção da multiplicação de vectores (mosquitos) é uma das estratégias da OMS para o Dia Mundial da Saúde.
Programa:
Auditório INFARMED
10h15 – Abertura
10h20 – Enfermeira Ana Clara Silva (IA Saúde, RAM) – Apontamento sobre a Febre de Dengue na Madeira
10h40 – Professora Maria Mota (Prémio Pessoa 2013, Instituto de Medicina Molecular) - Apontamento sobre Malária
11h00 – Atribuição do Colar Prémio Nacional de Saúde ao Prof. Levi Guerra
11h30 – Atribuição de Medalhas de Serviços Distintos do Ministério da Saúde
12h15 – Alocução do Ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo
Mais de 1 milhão morre de doenças causadas por insectos
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou que mais de 1 milhão de pessoas no mundo inteiro morrem todos os anos de doenças transmitidas por insectos, nomeadamente malária, dengue, febre-amarela, encefalite, mal de Chagas e leishmaniose, entre outras. Ban, que falava a propósito do Dia Mundial da Saúde, que se assinala hoje, disse que todas essas doenças acabam por gerar sofrimento a centenas de milhões de pessoas, explicando que as mudanças climáticas, a alteração dos habitats naturais e o aumento do comércio e das viagens internacionais estão a expor cada vez mais pessoas aos insectos.
Salientou que aqueles insectos representam um risco para todas as regiões, inclusivamente para países onde a ameaça já tinha sido erradicada. Sublinhou que os mais afectados são os mais pobres, sobretudo os que vivem em áreas rurais longe dos serviços de saúde e também nas favelas das grandes cidades.
Ban disse que ao mesmo tempo que todos trabalham para atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e para definir a agenda pós-2015, é importante investir no controlo de insectos e na prevenção de doenças. Deu como exemplo as operações que decorrem em África, onde mais de 700 milhões de mosquiteiros com insecticida já ajudaram a reduzir drasticamente os casos de malária, principalmente entre crianças e gestantes. Um compromisso político sustentável pode salvar milhões de vidas e gerar grandes retornos sociais e económicos.
Ban sublinhou ainda que todos têm um papel a desempenhar na luta contra os insectos que transmitem doenças, incluindo governos, organizações internacionais, sector privado, sociedade civil e as comunidades.
Neste Dia Mundial da Saúde, o secretário-geral pediu aos países que façam do controlo de insectos uma prioridade para acabar com uma ameaça séria mas que pode ser evitada.