Ministro reafirma escassez de médicos
Questionado sobre a falta de médicos nos centros e extensões de saúde e sobre a disponibilidade demonstrada pelo autarca de Famalicão para ajudar a pagar algumas despesas, Paulo Macedo referiu que a “saúde precisa da colaboração das câmaras”.
“O que nós entendemos é que é absolutamente vital as câmaras darem algum apoio, por exemplo, em termos de transporte, de acesso aos hospitais, temos diversos casos em que isso é absolutamente fundamental. O caso de Loures, do Médio Tejo, e achamos que essas colaborações são necessárias e fazem todo o sentido”, afirmou o ministro.
Paulo Macedo referiu ainda que “não é por restrições orçamentais que não há médicos de medicina geral e familiar” e acrescentou que “foram contratados todos os médicos de medicina geral e familiar do país".
“Aqui a questão é a da escassez de médicos, é a de uma inexistência de médicos”, afirmou.
O governante recordou as medidas que o ministério está a tomar para resolver o problema, nomeadamente a abertura de concursos para contratar médicos que estejam fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a passagem gradual das 35 para as 40 horas de trabalho por semana e o recurso a clínicos reformados.
Carências nos centros de saúde resolviam-se com mil médicos reformados
A Ordem dos Médicos acaba de propor uma solução para “resolver de imediato” o problema dos portugueses sem médico de família.
O Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos (OM) sugere que o Governo contrate mil médicos de família reformados, pelo prazo máximo de três anos, com flexibilidade de horário e cerca de mil utentes cada. “Para tal basta propor uma retribuição minimamente aceitável”, defende em comunicado.
A proposta foi apresentada depois de o ministro da Saúde ter anunciado, na Comissão Parlamentar de Saúde, que tenciona voltar a falar com os sindicatos para negociar o aumento das lista de utentes dos médicos de família, de forma a poder cumprir o compromisso de dar um clínico assistente a cada português até ao final da legislatura, avança o jornal Público.
Argumentando que “há milhares de médicos de família reformados” e que em cada ano entram nesta especialidade mais de 400 novos clínicos – o que permitirá resolver a carência “dentro de quatro a cinco anos” -, a Ordem dos Médicos sustenta que a solução que propõe permitirá de imediato dar um médico de família a um milhão de portugueses, “reduzindo praticamente a zero” o número de portugueses sem clínico assistente nos centros de saúde.
Responsabilizando o Ministério da Saúde pela falta de médicos de família, Ordem diz ainda que “o Governo tem a solução, só falta a vontade em implementá-la”.
O ministro da Saúde garantiu que não é por restrições orçamentais que há falta de médicos de família. O problema é que tem havido “um conjunto de reformas concentradas no tempo sem paralelo”, justificou Paulo Macedo, que recordou que vai abrir um concurso para contratar médicos que estão fora do Serviço Nacional de Saúde.
“Estamos também a fazer a passagem de médicos que estavam nas 35 horas para 40 horas - já estamos a fazer isso há mais de um ano - e portanto é uma passagem gradual e que nós queremos acelerar”, acrescentou. Excepcionalmente, sublinhou, estão ainda a ser contratados reformados, “uma situação única na função pública”.