Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos

Ministro da Saúde acusado de desinvestir nos cuidados de saúde primários

Despacho do Ministério da Saúde limita Unidades de Saúde Familiar para 2014.

O despacho publicado pelo Ministério da Saúde no passado dia 8 de Maio que impõe um número máximo de Unidades de Saúde Familiar (USF) a constituir para este ano (50) e a transitar de modelo A para B (20) é “mais um sinal de que o actual Ministro da Saúde está a desinvestir nos cuidados de saúde primários”.

Para Carlos Cortes, Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, “é inconcebível que se limite o número de USF, quando existem estudos que comprovam a sua eficiência e os ganhos que trouxeram para o Serviço Nacional de Saúde e, sobretudo, para os cidadãos”.

O despacho fixa o número de USF por região, o que “não tem qualquer aplicação à realidade do país e às necessidades das populações, uma vez que há regiões com USF prontas que não poderão avançar por excederem o número fixado”, refere Carlos Cortes.

De acordo com o Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, “limitar a criação das USF não é apostar nos cuidados de saúde primários. Aliás, se estes fossem, efectivamente, uma prioridade, o Ministério já teria avançado com um plano de incentivos para fixar médicos em zonas mais críticas e para atrair médicos reformados para o Serviço Nacional de Saúde, medidas que não avançam e que comprometem a sustentabilidade do SNS”. E acrescenta: “Existe uma evidente contradição entre as afirmações do Ministro da Saúde sobre o objectivo de que todos os portugueses tenham um médico de família e as acções do Ministério, que desinvestem nos Cuidados de Saúde Primários. A saúde dos portugueses merece mais do que uma política contabilista e de anúncios inconsequentes”. 

Fonte: 
Ordem dos Médicos
Nota: 
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