Medicamentos inovadores são caros
No Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, que se assinalou Ontem [4 de Fevereiro], a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) reforça o alerta para as dificuldades no tratamento e investigação, motivadas pela falta de dinheiro, avança a Rádio Renascença.
O secretário-geral da LPCC garante existirem doentes sem direito, por exemplo, a medicamentos inovadores, que permitem ter mais anos de vida.
“Às vezes custam bastante dinheiro, mas dão uma sobrevivência muito grande ao doente e qualidade de vida. Noutros países já são utilizados e fazem parte do armamentário médico. E, em princípio, deviam estar a ser custeados pelo Estado”, explica Vítor Veloso.
O mesmo responsável contou à Renascença conhecer um medicamento - cujo nome não quis revelar, dizendo apenas que não era experimental - com reais vantagens no cancro da próstata.
Contudo, “quem quiser usá-lo tem de o comprar. Conheço um indivíduo, que neste momento está a vender a sua casa para tentar sobreviver mais uns anos. O que é dramático”. Outro sinal evidente das dificuldades nesta área é o facto de ter duplicado, só no Porto, o número de pedidos de bolsas à Liga. “Nota-se pela quantidade de pedidos que temos em relação a custear bolseiros, sobretudo nos últimos três meses em que as pessoas se sentem menos protegidas e com grandes possibilidades de não conseguirem essas bolsas”, alerta Vítor Veloso.
Perto de 2 mil pessoas ligaram em 2013 para a Linha Cancro, principalmente para obter informações sobre direitos gerais e sobre a doença oncológica, segundo dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). A Linha Cancro, um serviço de apoio ao doente, familiares e amigos, completa hoje seis anos.