Imunoterapia regista avanço nos EUA em doentes terminais
Este ensaio clínico, publicado no jornal científico Science Translational Medicine, envolveu 16 pessoas com um tipo de cancro no sangue denominado de leucemia linfoblástica aguda tipo B. 14 doentes tiveram uma remissão completa depois de células T serem geneticamente modificadas para que se focassem na erradicação do cancro. Os doentes, com uma média de idades de 50 anos, eram todos considerados terminais, depois de terem tido uma recaída ou terem descoberto que a quimioterapia já não estava a funcionar. Como acontece nalguns cancros tratáveis, os doentes com este tipo de leucemia acabam, por vezes, por tornar-se resistentes à quimioterapia.
De acordo com Renier Brentjens, o principal autor do estudo, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, sem esta terapia apenas 30% dos doentes responderiam à quimioterapia.
O processo envolvido neste ensaio clínico passa pela remoção das células T dos doentes, que são alteradas geneticamente para que possam atacar o cancro.
“O que fazemos é reeducar as células T em laboratório para reconhecer e matar as células cancerígenas”, explicou Renier Brentjens.
Depois de 15 anos de trabalho na tecnologia que permite esta modificação de células, “parece que está realmente a funcionar em doentes com este tipo particular de cancro”.
No ano passado, a equipa de Brentjens tinha anunciado os primeiros resultados considerados promissores em cinco adultos que tinham atingido a remissão completa.
Este tipo de tratamento insere-se na imunoterapia, que foi considerada pela revista Science como o avanço mais significativo de 2013.