Identificação do amianto está a ser feita por funcionários sem preparação
Carmen Lima, que tem seguido o assunto e visitado várias instituições, como escolas, disse que “há um desconhecimento total do que é o amianto e o trabalho de identificação, que não pode ser chamado ‘levantamento’ dos edifícios, está a ser realizado por funcionários sem formação” nesta a área.
O Ministério da Saúde elaborou um guia listando os procedimentos para detectar o amianto, substância cancerígena utilizada antes dos anos 80 em cerca de três mil produtos de construção para telhados, tetos ou chão.
A primeira regra refere a formação dos funcionários que vão ter esta tarefa, explicou Carmen Lima. O segundo passo, disse, é a identificação dos materiais susceptíveis de terem amianto em escolas, hospitais ou bibliotecas, e o terceiro a realização de análises de amostras em laboratórios. “Isso sim, é um levantamento dos edifícios com amianto e não aquilo que os dois ministérios [Ambiente e Defesa] fizeram”, salientou.
Para Carmen Lima, “o trabalho de identificação do amianto está a ser feito à pressa, depois de o primeiro-ministro ter dito que seria concluído em dois meses”. Passou um mês desde as declarações de Pedro Passos Coelho, na Assembleia da República, a 14 de Fevereiro.
A Quercus está a preparar uma estratégia definida para a identificação do amianto nos edifícios públicos com vista à sua remoção, trabalho que vai enviar ao Conselho de Ministros.
Somente os ministérios do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, liderado por Jorge Moreira da Silva, e da Defesa Nacional terminaram o 'levantamento' dos seus edifícios.