Identificação da população com demência concluída em 2015
“O que temos de fazer, inicialmente, é esta capacidade de formar os nossos técnicos e, portanto, estimamos que até ao final de 2015 possamos ter feito esse levantamento”, afirmou Pedro Mota Soares, em Fátima, após a assinatura de um protocolo com a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) para dinamizar um projecto-piloto para doentes com demência.
Para o ministro é “muito importante” conseguir fazer “um levantamento mais exacto, mais efectivo do problema”, reconhecendo existir “uma nova realidade que é crescente em Portugal, de muitos idosos que estão institucionalizados em lares” ou em suas casas onde beneficiam de apoio domiciliário, que “são confrontados com fenómenos de demências”.
“Temos a noção de que será um problema de futuro, e é fundamental conseguirmos gerir as melhores práticas, disseminar as melhores práticas de forma a darmos muito mais qualidade de vida a estes idosos”, disse o governante.
Segundo Pedro Mota Soares, pretende-se “dar uma formação específica a muitos técnicos das instituições sociais” para, por um lado, fazer “uma prevenção e um diagnóstico muito mais atempado” e, por outro, dar aos utentes “muito mais qualidade de vida, conseguindo garantir que, efectivamente, têm um tratamento muito mais adequado”.
O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social salientou que esta formação “é algo que não existia no passado”, mas que vai ser possível devido a uma verba de 3,6 milhões de euros de fundos comunitários.
O projecto, denominado “ VIDAS – Valorização e Inovação em Demências” e que tem a parceria da Associação Alzheimer de Portugal e a Direcção-Geral da Saúde, vai avançar na primeira unidade de cuidados continuados do país dirigida a pessoas com demência, inaugurada em Fátima a 07 Dezembro. A Unidade de Cuidados Continuados Integrados Bento XVI, propriedade da UMP, teve um custo de quatro milhões de euros e tem 60 camas.
“Mas estimamos ao longo do ano de 2014 e do ano de 2015 conseguir fazer a formação de cerca de 320 formadores que, eles próprios depois, ao longo do país terão esta capacidade de replicar junto de um conjunto de técnicos as melhores práticas que formos identificando”, esclareceu o ministro.
Já o presidente da UMP, Manuel Lemos, considerou que o acordo é “um passo importante” para ajudar as pessoas que têm este problema de saúde, mas também para ajudar as suas famílias e melhorar o país, realçando o trabalho em parceria.
“Se há algum mérito que esta crise pode ter é obrigar-nos a trabalhar em rede e estes passos que damos aqui são fundamentais”, observou.