Hospital de S. João cria sistema que prevê até 50% das mortes
O Hospital de S. João desenvolveu um sistema inovador que detecta o risco de morte em 50% dos óbitos registados nos doentes internados, através da monitorização constante de todos os parâmetros clínicos. A ferramenta informática - denominada Vital (Vigilância, Monitorização e Alerta) - foi distinguida pela Microsoft com o Prémio Mundial de Inovação em Saúde. Trata-se de mais um importante instrumento para monitorizar doentes internados, capaz de funcionar como alerta para casos de risco de vida. A solução centrada no doente complementa os processos já existentes, analisando e correlacionando uma quantidade maciça de dados relativos ao estado clínico de cada paciente, que estão dispersos por dezenas de sistemas de informação do Centro Hospitalar, procurando identificar, categorizar e alertar precocemente as equipas clínicas para pacientes que estejam em risco, sendo capaz de ajudar a antecipar as entradas em Unidades de Cuidados Intensivos nos sete dias antes do evento ocorrer.
Ou seja, o carácter inovador e pioneiro reside no facto de agregar todo o tipo de informação (clínica e laboratorial) e calcular índices de risco. Na prática, isto quer dizer que o Vital indica, por vezes com dias de antecedência, quais os doentes cujo estado vai provavelmente agravar-se, com base não só no estado actual, mas também na evolução dos múltiplos registos.
Para o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de São João, António Ferreira, o prémio “é um reconhecimento mundial do trabalho desenvolvido pelos profissionais do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) na área dos sistemas de informação, em particular no que concerne à segurança dos doentes”. “Todo o desenvolvimento nesta área, envolvendo os profissionais de saúde do hospital e os seus técnicos, resulta de uma parceria com uma empresa tecnológica portuguesa, a DevScope, e corresponde ao objectivo estratégico de desenvolver sistemas customizados e replicáveis e, portanto, com potencial de comercialização”, salientou.
Neste processo, o CHSJ contou com as contribuições de uma equipa multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, especialistas em tecnologia de Business Intelligence, bem como investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, diz o Público Online.
“Trata-se de uma solução informática inovadora que se constitui como mais um instrumento para monitorizar os seus doentes internados e consequentemente aumentar a sua segurança durante a estadia no hospital”, frisou.