Hospitais recusam-se a atender utentes fora da sua área
A Ordem dos Médicos e os sindicatos já descreveram a medida como inconstitucional, mas para os hospitais e para o Ministério é uma questão de bom senso e critério, escreve hoje o Diário de Notícias. Isto porque o Centro Hospitalar de Lisboa Central, que engloba os hospitais D. Estefânia, Curry Cabral, São José, Santo António dos Capuchos, Santa Marta e a Maternidade Alfredo da Costa, vão deixar de atender doentes em primeira consulta que não sejam da área de Lisboa.
Negar o atendimento a doentes de primeira consulta fora da sua área geográfica é uma medida já aplicada nos hospitais de São João, no Porto, Santa Maria e Pulido Valente, em Lisboa.
Desde o passado dia 5 de Fevereiro esta alteração nos procedimentos engloba também o Centro Hospitalar de Lisboa Central (hospitais D. Estefânia, Curry Cabral, São José, Santo António dos Capuchos, Santa Marta e a Maternidade Alfredo da Costa).
De acordo com o Diário de Notícias, citado pelo portal Notícias ao Minuto, as restrições orçamentais e as listas de espera são os motivos que estão na origem desta medida.
No documento que impôs esta alteração de funcionamento e a que o Diário de Notícias teve acesso pode ler-se que “só podem ser marcadas consultas de primeira vez desde que o utente pertença ao centro de saúde da área”.
Fonte do Centro Hospitalar de Lisboa Central explicou à referida publicação que “no essencial, estamos a referir-nos só a novos doentes fora da área” e que, por isso, os doentes que já são acompanhados não ficarão sem atendimento.
A medida não agradou à equipa de cirurgia liderada por Eduardo Barroso que chegou mesmo a colocar o lugar à disposição da administração e Pilar Vicente, da Federação Nacional dos Médicos, assegura que a medida é “inconstitucional”.
“É inconstitucional, mas os hospitais estão a fazê-lo para empurrar a despesa. Travando-se as consultas, trava-se o acesso a cirurgias e exames”, frisou.