Estudo

A heroína é a droga dos brancos americanos dos subúrbios

A heroína é cada vez mais a droga de eleição entre os jovens dos subúrbios norte-americanos, onde uma epidemia de prescrição de analgésicos abriu caminho para aquela substância, por ser mais barata, revela um estudo.

“A nova face da heroína nos Estados Unidos” é o nome do estudo divulgado que tenta seguir o percurso da heroína nos últimos 50 anos através das respostas de 2.800 utentes de centros de tratamento de drogas. O estudo revela que em média é aos 23 anos que os consumidores começam a usar heroína, sendo que mais de 90% dos que decidiram experimentar, na década passada, eram brancos.

Já nas décadas de 1960 e 1970, a maioria dos consumidores (80%) era afro-americano, vivia nas cidades do interior e tinha começado a consumir aos 16 anos.

“A maioria das pessoas que agora usa heroína começou com analgésicos, tais como OxyContin, Percocet ou Vicodin, e só muda para a heroína quando os seus hábitos de prescrição de medicamentos fica muito caro”, disse o principal autor do estudo, Theodore Cícero, investigador da Universidade de Washington.

De acordo com os especialistas, o custo das diferentes drogas continua a ter grande influência na escolha da substância, mesmo entre os consumidores de classes sociais mais elevadas.

Cerca de 467 mil pessoas que frequentavam os Centros de Controle e Prevenção de Doenças admitiu ter usado heroína em 2012, sendo que o número de consumidores mais do que duplicou desde 2007, assim como as mortes por overdose de heroína estão a aumentar: anualmente, morrem cerca três mil pessoas de overdose de heroína e mais de 16 mil morrem de analgésicos.

A AFP conta a história de uma rapariga de classe média alta que ilustra esta nova realidade norte-americana: Anna Richter frequentava um colégio e vivia num bairro junto a um campo de golfe em Centreville, Virgínia, quando aos 15 anos começou a experimentar analgésicos. Uns anos mais tarde snifou heroína e aos 20 anos abandonou a faculdade e começou a roubar dinheiro aos pais para poder manter o vício de se injectar diariamente.

 

Fonte: 
Notícias ao Minuto
Nota: 
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