Enfarte ainda é pouco conhecido pelos portugueses
Realizado no âmbito da campanha “Não perca tempo. Salve uma vida”, do Stent for Life, mostrou que há ainda muito a ser feito na divulgação do enfarte junto da população.
Suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são os sintomas que acompanham uma dor no peito e que podem significar a ocorrência de um enfarte do miocárdio. Esta é a sintomatologia que a referida campanha pretende difundir através de meios como o facebook ou as salas de cinema, contando com vários embaixadores, entre eles a actriz Rita Blanco. O objectivo principal será a redução da mortalidade, incentivando a actuação rápida por parte da população, de forma a receber o tratamento adequado, a angioplastia.
No inquérito coordenado por Sofia Portela, directora do mestrado em Gestão de Serviços de Saúde do ISCTE, apenas 24% dos inquiridos responderam correctamente sobre a sintomatologia do enfarte. Neste estudo, apesar de uma grande percentagem (77%) saber que o enfarte é diferente do acidente vascular cerebral (AVC), 16% indicaram não haver diferenças entre ambos.
Apesar de ser uma doença maioritariamente masculina, também afecta as mulheres. Mas, um terço ainda associa o enfarte apenas aos homens. Quanto questionados sobre o que fariam se vissem alguém a ter um enfarte, 91% dos inquiridos responderam que chamariam uma ambulância e 95% mencionaram o número correcto: 112.
“Entre o início da dor até ao enfarte passa muito tempo, sendo o tempo suficiente para agir”, alertou Hélder Pereira, durante a apresentação deste estudo, sublinhando que a pessoa deve pedir ajuda num espaço de 2 horas.
“Nem todos os hospitais são especializados no tratamento do enfarte. A angioplastia requer equipa específica e logística particular”, frisou o cardiologista. A título de exemplo, na Grande Lisboa são seis as unidades hospitalares capazes de dar resposta a estes casos, entre as 22 existentes em todo o País. Se a pessoa não se dirigir a um desses hospitais de referência, é transferida entre hospitais.
“As pessoas ainda demoram um certo tempo a pedir ajuda. Por exemplo, alguns idosos, esperam que os filhos acordem para referirem que não estão a sentir-se bem”, referiu o cardiologista, na esperança que as acções da campanha tornem o tema mais familiar e consequentemente contribua para reduzir a mortalidade por enfarte.